Setor de máquinas e equipamentos pode ter 60 mil demissões em 2009
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, afirmou que as demissões no setor podem somar 60 mil até setembro deste ano. Com isso, o total de empregos diretos da área ficaria abaixo de 200 mil,
Publicado 30/04/2009 13:02
Em outubro de 2008, mês que antecedeu o início das demissões, o número de vagas no setor era recorde: 251 mil pessoas contratadas. “Com uma redução mensal de 20% a 30% no faturamento das indústrias de máquinas e equipamentos, chegaríamos ao mesmo nível de receita e também de empregados registrado em março de 2007, que era abaixo de 200 mil”, disse Aubert, durante entrevista na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Em janeiro, o faturamento do setor caiu 45%; no primeiro bimestre recuou 35% e no primeiro trimestre, 20%, sempre comparado a igual período de 2008. O presidente da Abimaq culpa as políticas monetária e fiscal pelas demissões que devem ser feita no setor. “O Brasil segue com a maior taxa de juros do planeta. É o único que taxa em 30% os investimentos em bens de capital e tem uma cotação de dólar que não favorece a exportação, tanto que a importação foi o único item que cresceu no nosso setor desde a crise”, disse Aubert.
“Se essa política mudasse, com a redução da carga tributária, conseguiríamos inverter até 70% das demissões previstas”, acrescentou. A Abimaq divulgou ainda dados sobre investimentos em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), índice composto por 55% de investimentos em máquinas e equipamentos, 38% na construção civil e 7% por outros investimentos. A relação da FBCF sobre o PIB no Brasil em 2009 deve ser de 17,6%, ante 19%, em 2008, e 16,9%, na média desde 2000. A média na América Latina de 2000 até 2009 é de 18,7%; no mundo, de 23,7%.
A informação é do Monitor Mercantil