Primeiro de Maio: os trabalhadores se unem em Minas

As centrais sindicais e o movimento social organizado em Minas se uniram para comemorar o Dia dos Trabalhadores. Com o tema “Não vamos pagar pela crise”, os movimentos saíram às ruas no dia 30 de abril em uma passeata que saiu da Praça da Rodoviária e foi

Nos discursos, os trabalhadores reivindicaram que o governo federal adote políticas de redução drástica da taxa de juros, amplie os recursos para investimentos em políticas públicas em habitação, saneamento e educação, propiciando melhores condições aos brasileiros para enfrentar as turbulências econômicas mundiais.


 


Estas propostas foram definidas pelas organizações que construíram a atividade, como as centrais CTB, CUT, Conlutas, Nova Central, Intersindical, UGT, partidos políticos e movimentos sociais. A única central sindical que ficou de fora foi a Força Sindical, que optou em realizar um ato show nesta sexta-feira (01) na Via 240, com a presença de artistas como Zezé de Camargo e Luciano, KLB e outros.




Segundo Gilson Reis, presidente do Sindicato dos Professores e da CTB Minas, o mais importante da manifestação dos trabalhadores foi a unidade na construção da atividade. “Este é o início de uma jornada de lutas que terá sequencia e que enfrentará a crise do ponto de vista dos trabalhadores. Estamos desenhando esta união desde o 21 de abril, quando as centrais sindicais e movimentos populares foram à Ouro Preto protestar contra o governo Aécio Neves.  O sindicalista comentou a responsabilidade das lideranças com o ato e da unidade obtida no processo de construção, o que normalmente “é uma fase difícil”.



Desemprego



 
Em função da crise econômica mundial, a manutenção do emprego foi a principal reivindicação apresentada pelos trabalhadores. Principalmente para os trabalhadores mineiros, comenta Gilson Reis. “Como o governo estadual implementou uma política de dependência nas exportações, baseado principalmente do setor mineral, a crise mundial atingiu com mais intensidade Minas Gerais em relação aos outros estados”.



 
Uma das principais críticas apresentadas pelos sindicalistas é a de que Aécio Neves não apresentou nenhuma medida para enfrentamento dos efeitos da crise no estado. Para Marcelino Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região, ao contrário do governo do estado, Lula está apresentando medidas concretas e que fazem que os impactos na economia não sejam tão violentos. “Cabe agora aos trabalhadores resistiram à ofensiva dos patrões que querem aproveitar o cenário para ampliarem seus lucros, com demissões e precarização nos direitos dos trabalhadores”, defende Rocha.



 
Marcelino argumenta que a defesa do emprego é o principal fator que uniu os trabalhadores no Primeiro de Maio deste ano.  “Por isso estamos aqui hoje para esta manifestação. Perdemos cinco mil empregos nos últimos 6 meses e o desastre não foi maior em função da ação do nosso sindicato. Em fevereiro e março conquistamos acordos com as empresas em que garantimos milhares de empregos e não aceitamos a flexibilização dos nossos direitos”.


 


Ocupação Dandara


 


Uma das maiores presenças na manifestação dos trabalhadores era de sem casa que ocuparam um terreno no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte. Ali acontece a Ocupação Dandara, uma das maiores ações já realizadas por famílias de sem casa na capital mineira. Mais de mil famílias participam da ocupação organizada pelo MST (Movimento Sem Terra), pelas Brigadas Populares e com o apoio de setores da Igreja Católica e de outras entidades. A ocupação Dandara recebe esse nome em homenagem à companheira de Zumbi, líder do Quilombro dos Palmares.


 


Segundo Joviano Mayer, representante das Brigadas Populares, ''existem no local cerca de mil famílias, além de uma lista de espera de mais de 300 cadastros, o que demonstra o estado de penúria a que chegou a situação habitacional e econômica de Belo Horizonte”.