Produtores rurais que perderam a produção com enchente dos rios terão ajuda
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se comprometeu em ajudar as vítimas da enchente que perderam sua produção. A afirmação é do titular da Secretaria de Estado da Produção Rural
Publicado 03/05/2009 22:31 | Editado 04/03/2020 16:12
Segundo ele, o secretário executivo do ministério, Gerardo Fontelles, disse que basta o Estado apresentar o levantamento do que foi para debaixo d’água para ter acesso ao benefício. “Vamos eliminar a dívida de quem tem financiamento junto aos bancos e compensar quem não tem mas perdeu seus produtos”, afirma Eron.
Ainda de acordo com o secretário, outra medida para minimizar esses prejuízos é alugar balsas para abrigar o gado que está morrendo por causa da enchente. “Esse gado no rio, às vezes, é todo o patrimônio que o produtor tem. Se não for tirado do rio, vai morrer entre outras coisas, de fome, em menos de um mês”, declarou.
Um levantamento prévio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) já aponta prejuízos aos produtores rurais de Alvarães, cujo rio teve um aumento médio de 40 cm no período de 06 a 10 de abril- sendo uma média diária de 10centímetros- , de Santa Isabel do Rio Negro, cujo nível do rio apresentou uma diferença de mais de dois metros em relação ao mesmo período de 2008. Em Urucurituba, no início de abril, houve um aumento médio de quase 40 centímetros ao dia, e Barreirinha, que declara, em caráter oficial, estar com 100% das várzeas inundadas.
Quanto aos prejuízos, Barreirinha declara estar sem condições de abrigar os animais (bovinos e bubalinos) dos criadores; Santo Antônio do Içá perdeu 90 % da produção de banana e 50 % da de mandioca, além de prejudicar as plantações de cana, mamão e maracujá; os produtores de Nova Olinda do Norte já acumulam perdas de 100% das lavouras de banana, maracujá, macaxeira, milho e hortaliças; Manacapuru, que acumula perdas em torno de 50%; os produtores de Iranduba já calculam perdas em torno de 450 toneladas entre as lavouras de pepino, mamão, tomate entre outros.
O gerente local do Idam de Barreirinha, Luiz Gonzaga, afirma em relatório que o município está sem condições de abrigar os animais (bovinos e bubalinos) dos criadores e completa: “As águas estão subindo de forma atípica. Os produtores e criadores já começaram a sofrer prejuízos que deverão se agravar com a subida das águas”.
A funcionária pública Seida Corrêa Bezerra, 33, emocionou-se ao relatar o sofrimento dos pais, que são agricultores. “Só nós sabemos o que é plantar, esperar seis meses e ver nossa produção ir por água abaixo”, contou.
Na ilha do Supiá, em Manacapuru, a agricultora Alvirange Carneiro Jordão afirma que perdeu todo o roçado e a produção de malva que tem. “Não colhi nada. Foi tudo pro fundo. O rio subiu muito rápido. Até a farinha está faltando”, relatou.
Sepror AM
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