Casos de LER/Dort geram graves problemas à saúde e ao setor produtivo
Um amplo painel sobre LER/Dort (Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbio Ortomuscular Relacionado ao Trabalho) foi apresentado pela médica sanitarista e do trabalho Mônica Angelim, nesta quinta-feira (14/5), na Câmara Municipal. A sessão especial, dedicada
Publicado 15/05/2009 20:12 | Editado 04/03/2020 16:20
Para a vereadora Aladilce, o aumento de LER/Dort no Brasil tem preocupado a área da saúde e o setor produtivo, estando um envolvido diretamente no outro. Entendimentos científicos das imbricações da doença na vida das pessoas, sobretudo dos trabalhadores, foram apresentados em palestra pela especialista no assunto, médica e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Mônica Angelim.
“LER/Dort não é doença, mas um quadro geral com patologia sentida pelo corpo”, disse a especialista, assegurando que, no Brasil, em 2002, dos 20.886 casos de doenças ocupacionais, conforme dados do INSS, 19.036 correspondem à enfermidade por esforço repetitivo e suas variantes trabalhistas. Conforme Angelim, um grave problema é o comprometimento das atividades diárias, como pentear os cabelos, escovar os dentes e até girar o pescoço.
No Brasil, os dados dessas afecções são deficientes, mas a quantidade de diagnósticos de LER/Dort tem dimensões muito altas. Na última década, o país presenciou uma situação epidêmica com relação aos Dort, tornando-se esta patologia a segunda maior causa de afastamento do trabalho.
Prevenção
Ações preventivas, como modificar a forma de trabalho e intervir nestes locais bem antes de entrar em funcionamento, corroboram com as atividades conjuntas para reduzir casos de LER/Dort, com ênfase à obediência da demanda do corpo, premissa inicial da prevenção. O mais grave, assegura Angelim, “é a dor crônica”, consequência direta da lesão. “A dor escraviza e modifica a vida da pessoa”, lamentou a médica. Todo o processo de reabilitação também foi destacado pela palestrante, “só pensado quando não se consegue prevenir”.
O insucesso dos programas de terapêutica da LER/Dort deve-se à falha no diagnóstico das reais etiologias da dor, da incapacidade e dos fatores que contribuem ou agravam o quadro doloroso, sendo assim, a identificação das estruturas lesadas é importante para o melhor resultado no tratamento.
O tratamento depende sempre de um diagnóstico correto, da eliminação completa dos agentes causais e de uma adequada estratégia terapêutica medicamentosa, fisioterápica e, em alguns casos, cirúrgica.
Presentes à sessão, integrando a mesa de trabalho, José Barberino (Ceapler) e Francisco Sousa e Silva (Cerest) asseguram que as categorias mais atingidas são de processadores de dados, bancários, metalúrgicos e comerciários, notadamente caixas de supermercados.
Barberino lamentou a não existência de uma legislação específica para tratar a questão. A única é a Lei 8213/91, que trata sobre os benefícios da Previdência Social. Ele mencionou o caso da montadora Ford, em Camaçari, já com 550 trabalhadores afastados por LER.
Participaram também da sessão especial Eli Mascarenhas (representando a Secretaria de Saúde do Estado – Sesab), Edvan Borges (Secretaria Municipal de Saúde – SMS), Sílvio do Anjos (Sindsaúde), Fernando Antônio (diretor de Assuntos de Saúde da Federação do Bancários Bahia/Sergipe) e Ana Emília Albuquerque (Forumat), entre outros.
Fonte: Ascom/Gabinete da vereadora Aladilce Souza