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Morre iniciador da aproximação das Coréias: suicídio?

Milhares de sul-coreanos fizeram uma comovida homenagem neste domingo (24) ao ex-presidente Roh Moo-hyun (2003-2008). Credita-se a ele a política de reunificação do país, com a histórica cúpula de 2007. O dirigente norte-coreano, Kim Jong-Il, enviou mensa

O ex-presidente caiu de um penhasco perto Bonghi, atrás da casa rural onde passou a sua aposentadoria – ele nasceu numa família camponesa, participando depois do movimento estudantil, destacando-se como defensor de presos sob o regime ditatorial e antrando tardiamente na política, aos 42 anos. A polícia não confirmou as circunstâncias da morte, mas seu advogado divulgou uma nota que ele teria deixado:



''Estou em dívida para com muitas pessoas. O fardo que causei a eles é muito grande. Não posso começar enfrentar as inúmeras agonias em meu caminho. O resto da minha vida seria apenas um fardo para os outros. Sou incapaz de fazer qualquer coisa devido à má saúde. Não posso ler livros, também não posso escrever. Não fiquem muito tristes. Vida e morte não são ambas parte da natureza? Não se entristeçam. Não sinto ressentimento para com ninguém. É o destino. Cremem meu corpo. E deixem apenas uma pequena lápide perto de casa. Eu pensei nisso por um tempo.''


Uma multidão emocionada fez a viagem até Bonghi, uma aldeia, 450 km ao sul de Seul. Muitos enxugavam lágrimas, outros tombaram diante do caixão, conforme o correspondente da AFP. Centenas de monges budistas recitaram orações. O funeral está previsto para sexta-feira (29).

Além de Kim Jong-Il, vários chefes de Estado inclusive o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e primeiro-ministro japonês, Taro Aso, expressaram suas condolências. No entanto, o governo de Roh guardou distância dos dois países, sendo visto como antiamericano, apesar da acrobacia diplomática que o levou a enviar tropas – não armadas – para participar da ocupação do Iraque.

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o antigo chefe da diplomacia do governo Roh, disse que estava ''profundamente chocado e triste''. Ele elogiou o trabalho de. Roh como presidente e os seus ''esforços incansáveis para promover a democracia, empreender reformas e lançar as bases da modernidade na Coréia do Sul''.

Algumas vozes se levantaram, no entanto, para recordar as acusações de corrupção contra Roh. ''Esse advogado transformado em presidente escolheu um modo igualmente extremo de afrontar os questionamentos, o que deixa a desejar'', disse um editorial do tradiciobnal diário sul-coreano Dong-A Ilbo.

Da redação, com agendas