Bolívia admite incursão ilegal no Paraguai e se desculpa
O governo da Bolívia admitiu nesta terça-feira que funcionários de segurança do país entraram irregularmente em território paraguaio, e disse que pedirá desculpas pela violação da soberania de seu vizinho, em uma ação que incitou tensões bilaterais.
Publicado 10/06/2009 15:19
O Paraguai denunciou na semana passada que agentes da polícia boliviana ingressaram sem autorização, em meados de maio, em uma fazenda na fronteira, mas La Paz respondeu que se tratava de civis armados que se dedicavam a atividades ilegais na região.
Contudo, o ministro de governo boliviano, Alfredo Rada, declarou nesta terça-feira que “se estabeleceu que policiais bolivianos entraram de fato no território paraguaio. Eles foram acompanhados pelo primeiro tenente da cavalaria, Freddy Gonzales, que é parte do Exército do Paraguai”.
“(Entraram) para deter um cidadão paraguaio (Roberto Soza) denunciado em Villamontes (a 1.200 km a sudeste de La Paz) por ter cometido um roubo em uma fazenda em território boliviano”, disse.
O fato aconteceu em meados de maio, mas foi denunciado na semana passada por um morador paraguaio da região. Rada informou que, após esta denúncia, começou a ser feita uma investigação e foi determinado que o incidente ocorreu de fato.
“Decidiu-se destituir o comandante da polícia fronteiriça de Villamontes, o tenente-coronel (Jorge) Vidaurre, que comandava todos os policiais que realizaram esta incursão irregular, além disso, por não ter dito oportunamente a verdade sobre este incidente”, disse.
“Esta informação já constatada será de conhecimento das autoridades paraguaias com as devidas desculpas que corresponde diplomaticamente”, finalizou a autoridade boliviana.
O governo do Paraguai se mostrou satisfeito com as explicações e deu por encerrado o incidente, três dias antes de uma visita do presidente Evo Morales a uma zona limítrofe para celebrar o aniversário do fim da guerra que os dois países travaram no século passado.
Morales visitará o Paraguai para assistir os atos de comemoração do fim da Guerra do Chaco, em que as duas nações se enfrentaram entre 1932 e 1935. O conflito deixou cerca de 90 mil mortos nos dois lados.
Fonte: Reuters