Deputados aprovam 7% para piso salarial gaúcho e frustram trabalhadores
O aumento de 7,1% do salário mínimo regional aprovado pela Assembléia Legislativa frustrou os trabalhadores gaúchos. As centrais sindicais exigiam um reajuste de 15,08% baseado no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, na taxa do INPC e mais um índice de
Publicado 10/06/2009 14:55 | Editado 04/03/2020 17:11
Para a Fecomércio, que defendia o percentual de 5,92% proposto pelo governo, o reajuste aprovado já traz um aumento real acima da inflação. Já o presidente da Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul e da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, mostrou-se insatisfeito com o reajuste e afirmou que a economia do Estado tem condições de sustentar um reajuste maior.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Claudir Nespolo, afirmou que o reajuste ficou abaixo do que esperava:''O salário mínimo regional tem que cumprir a sua função histórica de distribuição de renda.''
O deputado Raul Carrion (PCdoB) defendeu um reajuste de 12,68%, argumentando que o reajuste do salário mínimo brasileiro não teve reflexos negativos na economia. Marisa Formolo (PT) afirmou que ''quando vemos um governo do Estado que propõe um aumento de menos de 6%, fica claro a opção por um Estado mínimo, que faz retirada de recursos da educação e da saúde, na contramão do governo federal que investe na estrutura social do país''.
A base governista se mostrou unificada e não abriu mão do índice de 7,1% e acabou aprovando por 31 votos a zero, já que a oposição se retirou da votação. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Celso Woyciechowski, lamentou o resultado. ''Nós lamentamos a proposta de 7,1% e acreditamos que não condiz com a necessidade de valorização do trabalho, com a necessidade de oxigenação da economia do RS e nem contribuiu para o desenvolvimento'', argumenta.
O projeto original enviado pelo governo estadual à Assembléia previa um aumento de apenas 5,92%, índice defendido pelas federações de empresários do comércio e da indústria.
Veja abaixo, o valor do novo piso salarial regional para cada categoria:
R$ 511,29 (em 2008, este valor era de R$ 477,40), para trabalhadores da agricultura e pecuária, nas indústrias extrativas, em empresas de pesca, empregados domésticos, turismo e hospitalidade, indústria da construção civil, instrumentos musicais e brinquedos, estabelecimentos hípicos, motociclistas no transporte de documentos e de pequenos volumes e moto-boys;
R$ 523,07 ( R$ 488,40 em 2008), para empregados das indústrias do vestuário e do calçado, fiação e tecelagem; das indústrias de artefatos de couro, papel, papelão e cortiça; de empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados de bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas; empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas; empregados em estabelecimentos de serviço de saúde e empregados em serviços de asseio, conservação e limpeza. Emenda do deputado João Fischer (PP), incluiu nesta categoria os empregados em empresas de telecomunicações, de telemarketing, de call-centers, de operadoras de voip (voz sobre identificação e protocolo) e de TV a cabos e similares;
R$ 534,85 ( R$ 499,40 no ano passado), para empregados das indústrias do mobiliário, químicas, famacêuticas e cinematográficas, de alimentação, empregados do comércio em geral e empregados de agentes autônomos do comércio;
R$ 556,06 ( R$ 519,20 em 2008), para trabalhadores das indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico; das indústrias gráficas, de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louças e porcelana; das indústrias de artefatos de borracha, de empresas de seguros privados e capitalização, de agentes autônomos de seguros privados e de crédito, de edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares; de indústria de joalheria e lapidação de pedras preciosas e para auxiliares em administração escolar.
Uma emenda do deputado Álvaro Boessio (PMDB), incluiu nesta categoria os empregados em entidades culturais, recreativas, de assistência social e de orientação e formação profissional. Outra emenda, do também peemedebista Nelson Härter, incluiu nesta categoria os marinheiros, cozinheiros e taifeiros fluviais, além de empregados em escritórios de agências de navegação, empregados em terminais de conteineres e mestres e encarregados em estaleiros.
Da redação local
com informações das agências