OIT: mais de 100 milhões de meninas trabalham no mundo
Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho, desse total, cerca de 53 milhões são vítimas de exploração sexual comercial e são submetidas ao regime de servidão, atividades que estão entre as piores formas de trabalho infantil.
Publicado 10/06/2009 15:25
Os dados fazem parte do relatório Dar uma Chance às Meninas, divulgado nesta quarta-feira (10) pela OIT por ocasião do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho).
O estudo também aponta que, do total de meninas que trabalham, 20 milhões têm menos de 12 anos (37,7%) e 32,3 milhões estão na faixa de 5 a 14 anos (61%). A maioria realiza atividades agrícolas.
No setor de serviços, que inclui crianças no trabalho doméstico, as meninas representam 30% do total, e na indústria, 9%.
Educar para combater
Meninas com acesso ao ensino têm mais probabilidade de ter melhores condições de vida e maior poder de decisão na fase adulta, indica o relatório.
Segundo a pesquisa, mães que estudaram na infância são mais propensas a se esforçar para manter os filhos na escola. Evitar o trabalho infantil entre as meninas e garantir o direito à educação são, de acordo com o estudo, “estratégias cruciais” para promover o desenvolvimento delas.
“Há poucos países e comunidades que oferecem às meninas as mesmas oportunidades oferecidas aos meninos. O acesso aos estudos é um dos direitos de todo ser humano, mas meninos e meninas recebem tratamento diferenciado em muitas partes do mundo. Os resultados são desigualdades evidentes”, afirma o estudo.
As mulheres representam quase dois terços da população analfabeta mundial, dado que, de acordo com a pesquisa, reflete “a magnitude” das desigualdades na área de educação.
Em 2009, a Convenção 182 da OIT – que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil – completa dez anos. O relatório da organização destaca que o Artigo 7 da convenção trata especificamente da situação de meninas e que, em 2007, foi adotado um plano de ação global com o propósito de erradicar todas as formas de trabalho infantil até 2016.