Oposição fica a ver navios na CPI da Petrobras
Os senadores governistas cumpriram o prometido e não deram quórum para a instalação nesta quarta (10) da CPI da Petrobras. Compareceram à reunião somente os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Antonio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA) e Sérgio Guerra (PSDB
Publicado 10/06/2009 16:40
Diante da situação, o presidente em exercício da comissão, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), adiou mais uma vez o encontro que só deve acontecer na próxima semana. A oposição promete ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar instalar a CPI.
Os governistas dizem que só darão quórum para a CPI da Petrobras quando o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) for reconduzido ao cargo de relator da CPI das ONGs. Numa manobra, o presidente desta última comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI), substituiu Arruda na relatoria pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM).
Heráclito Fortes aproveitou a indicação de Arruda como titular da CPI da Petrobras para destituí-lo. O argumento é que na condição de suplente na CPI das ONGs, o comunista não poderia exercer o cargo.
Para a base aliada ao governo, os senadores demo-tucanos traíram o acordo feito na CPI das ONGs pelo qual a oposição ficaria com a presidência e os governitas com a relatoria. Eles lembram que, mesmo com maioria, os partidos da base vêm cumprindo o trato.
Também dizem que a reunião em que Heráclito substitui o relator foi ilegal por não ter quórum regimental. A ata do encontro tinha o nome repetido dos senadores da oposição. Os governistas acusam ainda o presidente da CPI das ONGs pela prática arbitrária quando trocou um relator atuante por outro que sequer participa da comissão.
Inácio Arruda já havia concluído uma proposta de marco legal, legislação e repasses de recursos para as ONGs. Além disso, estava examinando centenas de documentos que iriam contribuir com o seu relatório final.
De Brasília,
Iram Alfaia