Venezuela: Oposição acusada de perturbar entrada no Mercosul
O governo venezuelano afirmou estar investigando o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, sobre possíveis acusações de traição, após o político ter enviado uma carta ao Senado brasileiro pedindo que a Venezuela fosse impedida de ingressar no Mercosul.
Publicado 10/06/2009 11:23
Deputados da Assembléia Nacional venezuelana acusaram Ledezma de conduzir “uma campanha internacional que vai contra os interesses venezuelanos” disse Calixto Ortega, deputado pelo estado de Zulia.
Segundo Ortega, a carta de Ledezma foi recebida pelo presidente do Senado, José Sarney, dia 26 de maio. Ledezma declarou que seria “muito sério admitir a Venezuela no Mercosul”, pois em sua opinião, “o país está vivendo sob um crescente totalitarismo”.
“Realmente é o caso de traição contra sua pátria mãe mandar uma carta ao Senado brasileiro pedindo que não incluísse a Venezuela no Mercosul”, disse Ortega .”Em qualquer país do mundo a pessoa não somente seria investigada, como também seria justamente julgada”.
Campanha
Um porta-voz de Ledezma disse que a Assembléia Nacional interpretou mal o tom da carta e que as acusações do governo fariam parte de uma campanha movida contra ele.
Em abril, Ledezma perdeu muito de seus poderes e recursos depois que a Assembléia assinou uma lei que efetivamente dividiu a jurisdição da cidade em duas e permitiu que o presidente Hugo Chávez escolhesse um oficial não eleito para supervisionar a administração da cidade.
“Em uma democracia normal (que uma oposição política fizesse isso) seria inimaginável e inaceitável”, disse Túlio Hernandez, sociólogo e comentarista político do jornal oposicionista El Nacional. “Mas com a inexistência de um sistema judicial mais correto e justo na Venezuela, a única saída para qualquer venezuelano é apelar para organismos estrangeiros”.
A comentarista política e jornalista Mercedes Chacin discorda. “Isso faz parte de uma política da oposição venezuelana, de alguma forma emotiva, de discórdias ou, neste caso, denegrindo a imagem do presidente da Venezuela através de qualquer tipo de acusação”.
O processo formal de adesão da Venezuela ainda depende da aprovação dos Congressos brasileiro e paraguaio.
Fonte: Opera Mundi