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Mais lenha na fogueira da campanha eleitoral argentina

O encontro do vice-presidente da República, Julio Cobos, como o principal adversário do partido governante, alimentou a fogueira dos discursos da campanha para as eleições legislativas do dia 28. Cobos, que em 2007 deixou seu partido, a União Civica Radic

Depois das jornadas que paralisaram o país entre março e junho do ano passado, Cobos celebrizou-se ao perfilar com a oposição. Como presidente do Senado, foi ele que deu o voto decisivo que abortou o projeto de lei do governo, que previa uma taxação adicional das exportações de grãos.

Sua reunião desta quinta-feira (10) com Francisco de Narvaez, um rico empresário de origem colombiana, agora candidato a deputado pela recém-formada aliança conservadora União-Pro reaqueceu a atmosfera, inclusive em setores do seu próprio grupo político, a UCR, onde foi readmitido recentemente, graças a sua atual atitue oposicionista.

Margarita Stolbizer, candidata a deputada pela coligação nacional acordo Cívico e Social (ACC), que integra o radicalismo, opinou que não foi um bom momento nem uma boa oportunidade para Cobos solidarizar-se com uma pessoa acusada na justiça, numa investigação relacionada com o tráfico ilegal de efedrina.

Além de pedir que o vice se explique de público, a candidata observou a infeliz coincidência: o advogado de De Narváez na investigação é o mesmo que representa Mario Segovia,  chamado de Rei de Efedrina. Este recebeu três telefonemas de um celular de propriedade do candidato da União-Pro.

Além de agradecer publicamente o apoio do vice, De Narváez aproveitou o interesse dos meios de comunicação, especialmente rádio e televisão, para dizer que quer falar sobre uma agenda comum. Sus porta-vozes foram ainda mais longe e se referiram a uma ''estratégia de transição ordenada'', após as eleições legislativas do dia 28.

Essa linguagem  é usada na campanha, com objectivos desestruturadores, visa derrotar o governo em sua tentativa de conseguir uma maioria em ambas as casas do Congresso, de acordo com analistas.

A imprensa argentina atribui ao candidato da União-Pro a opinião de que ''o governo não vai ter quórum próprio. Temos de nos preparar para, nos meses de junho a dezembro, travar as iniciativas que o governo pretende tomar'', disseram os porta-vozes.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Fellner, que é da  Frente para a Vitória (FPV), aliada ao governo, disse que se Cobos solidarizou-se com De Narváez por motivo da acusação sobre a efedrina, ''estaria incorrendo num erro grave, que poderia resultaria em um bloqueio ou obstrução do trabalho independente da Justiça''.

* Fonte: http://www.prensa-latina.cu