Mais lenha na fogueira da campanha eleitoral argentina
O encontro do vice-presidente da República, Julio Cobos, como o principal adversário do partido governante, alimentou a fogueira dos discursos da campanha para as eleições legislativas do dia 28. Cobos, que em 2007 deixou seu partido, a União Civica Radic
Publicado 12/06/2009 01:32
Depois das jornadas que paralisaram o país entre março e junho do ano passado, Cobos celebrizou-se ao perfilar com a oposição. Como presidente do Senado, foi ele que deu o voto decisivo que abortou o projeto de lei do governo, que previa uma taxação adicional das exportações de grãos.
Sua reunião desta quinta-feira (10) com Francisco de Narvaez, um rico empresário de origem colombiana, agora candidato a deputado pela recém-formada aliança conservadora União-Pro reaqueceu a atmosfera, inclusive em setores do seu próprio grupo político, a UCR, onde foi readmitido recentemente, graças a sua atual atitue oposicionista.
Margarita Stolbizer, candidata a deputada pela coligação nacional acordo Cívico e Social (ACC), que integra o radicalismo, opinou que não foi um bom momento nem uma boa oportunidade para Cobos solidarizar-se com uma pessoa acusada na justiça, numa investigação relacionada com o tráfico ilegal de efedrina.
Além de pedir que o vice se explique de público, a candidata observou a infeliz coincidência: o advogado de De Narváez na investigação é o mesmo que representa Mario Segovia, chamado de Rei de Efedrina. Este recebeu três telefonemas de um celular de propriedade do candidato da União-Pro.
Além de agradecer publicamente o apoio do vice, De Narváez aproveitou o interesse dos meios de comunicação, especialmente rádio e televisão, para dizer que quer falar sobre uma agenda comum. Sus porta-vozes foram ainda mais longe e se referiram a uma ''estratégia de transição ordenada'', após as eleições legislativas do dia 28.
Essa linguagem é usada na campanha, com objectivos desestruturadores, visa derrotar o governo em sua tentativa de conseguir uma maioria em ambas as casas do Congresso, de acordo com analistas.
A imprensa argentina atribui ao candidato da União-Pro a opinião de que ''o governo não vai ter quórum próprio. Temos de nos preparar para, nos meses de junho a dezembro, travar as iniciativas que o governo pretende tomar'', disseram os porta-vozes.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Fellner, que é da Frente para a Vitória (FPV), aliada ao governo, disse que se Cobos solidarizou-se com De Narváez por motivo da acusação sobre a efedrina, ''estaria incorrendo num erro grave, que poderia resultaria em um bloqueio ou obstrução do trabalho independente da Justiça''.
* Fonte: http://www.prensa-latina.cu