Sepror e Banco do Brasil fazem parceria para financiar agricultura indígena

Considerando a necessidade da melhoria das condições de vida e de trabalho das populações indígenas, a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) em parceria com o Banco do Brasil, apresentou hoje (12)

Segundo o gerente de Agronegócios do Banco do Brasil no Amazonas, Gilberto Maia, o foco desta linha de crédito está na agricultura familiar, quilombolas e indígenas. Para ele, o Brasil tem uma dívida histórica com os índios que precisa ser saldada, mas não com meios assistencialistas. “Vocês serão referência de sustentabilidade e terão apoio para resgatar a imagem do índio no país, mostrando que são capazes de melhorar sua renda e a qualidade de vida”, afirmando ainda que o Banco do Brasil está comprometido em mudar essa realidade, onde cada gerente terá a missão de viabilizar esses planos de negócio.


 


 


De acordo com Danielle Delgado, da etnia Baré, o Programa de Agricultura Indígena é aguardado por todos com muita expectativa. “Muitos já tinham iniciado algumas culturas, o que faltava era a técnica, por isso temos a responsabilidade de repassar o que aprendemos com o treinamento aqui no Instituto de Permacultura da Amazônia (IPA), especialmente sobre o policultivo”, referindo-se sobre o cultivo de várias culturas em um mesmo campo e no mesmo espaço de tempo.


 


 


Para o titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), deputado Eron Bezerra, um dos principais meios de sobrevivência das comunidades indígenas é agricultura, sendo a segurança alimentar e a geração de renda uma das principais demandas dessas comunidades. “Com a capacitação destes técnicos vamos expandir a produção agrícola para que eles sejam independentes nesta questão alimentar. Infelizmente, uma grande parcela de indígenas recebe cestas básicas, o que é um grande absurdo, pois há condições perfeitas para não existir esta dependência”, afirma.


 


 


Segundo Bezerra, cada técnico agrícola indígena capacitado atenderá 100 famílias, e cuidará da agricultura familiar de sua respectiva etnia. “A quantidade de recurso está relacionada à quantidade de famílias ligadas a esse projeto. Vamos elevar o padrão social e econômico da população, esse é o objetivo. Sem isso não há razão para o programa existir!”, reforçando que em curto prazo 1000 famílias serão beneficiadas com a capacitação desses técnicos.


 


 


O Programa de Agricultura Indígena, pioneiro no Brasil, é uma iniciativa da Sepror que visa implantar políticas agrícolas indigenista para o setor rural do Estado, através de projetos autossustentáveis que levem em consideração as necessidades específicas de cada etnia e suas atividades produtivas tradicionais.


 


 


Os técnicos capacitados atuarão nos municípios das calhas dos Rios Negro (São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro), Madeira (Borba, Nova Olinda do Norte e Autazes), Solimões (Tabatinga, Benjamim Constant e Atalaia do Norte) e município de Maués.


 


De Manaus,


Mariane Cruz


 


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