BRIC discutem crise econômica mundial
Os líderes dos quatro países que formam o bloco dos BRICs (sigla criada em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs para se referir a Brasil, Rússia, Índia e China) terão, na terça-feira (16), sua primeira cúpula presidencial em Ecaterimburgo, cidad
Publicado 15/06/2009 13:59
A crise econômica global será um dos principais temas da cúpula em que os quatro chefes de Estado devem chegar a um consenso sobre o caminho que deve ser trilhado para que a economia volte a crescer com estabilidade. Eles devem discutir ainda assuntos diversos, como a reforma das instituições financeiras internacionais, o diálogo dos BRICs no futuro, o papel do G-20, mudanças climáticas e questões de segurança alimentar e energética. Tudo isso em apenas quatro horas de reunião.
Apesar das grandes diferenças entre os quatro países, alguns temas são consensuais, como a visão de que é necessária uma reforma no sistema financeiro global. Os quatro defendem o fortalecimento de mecanismos de supervisão do mercado financeiro e reformas que deem mais voz aos “emergentes” no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial.
O consenso ainda não está claro em outros temas. Um que promete causar polêmica é a discussão, ainda em estágio inicial, sobre uma alternativa ao dólar como moeda global de reserva e usada na maior parte das trocas comerciais. A Rússia, dona da terceira maior reserva mundial em divisas, pediu que o mundo reduza sua dependência do dólar e sugeriu que o yuan e o rublo possam se tornar divisas usadas em reservas no futuro.
Campo político
A preocupação com a ideia de que o papel do dólar como divisa dominante nas reservas tenha contribuído para a instabilidade financeira global vem sendo discutida pelas principais autoridades de segurança dos BRIC, que se reuniram em Moscou no mês passado para preparar a reunião de cúpula. O ministro para Assuntos Estratégicos do Brasil, Roberto Mangabeira Unger, disse no mês passado que a cúpula deve discutir o papel do dólar. Mas o ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, declarou no sábado que é pouco provável que o papel do dólar como principal divisa de reserva do mundo mude no futuro próximo.
No campo político, existe uma visão comum de que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve ser aberta a uma maior participação de países emergentes e em desenvolvimento. Mas no foro dos BRICs, no entanto, não existe posição única sobre a reforma no Conselho de Segurança defendida pelo Brasil e que inclui a ampliação do número de países com direito a um assento permanente e a veto. A China e a Rússia fazem parte desse seleto grupo ao lado da França, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. O Brasil e a Índia, ao lado do Japão e da Alemanha, postulam uma vaga cativa.
Com agências