George Câmara: O Sindipetro-RN, seus congressos e suas lutas

A categoria petroleira, no Rio Grande do Norte, realiza o seu XXIV CEPETRO no sábado 20/06/2009. Para um sindicato que completará 25 anos de existência em 18 de dezembro deste ano, a realização ininterrupta de 24 congressos anuais, por si só, expressa uma

Jovem sindicato, jovem categoria, expressão do recente ciclo do petróleo nas terras potiguares. Nessa geração de trabalhadores, intensa construção coletiva e muitas lições extraídas. Afirmação de direitos, nesse período, que alguns consideravam inalcançáveis, conquistados graças a duas irmãs gêmeas, indispensáveis para qualquer vitória: a unidade e a combatividade. Credenciais que conferem maturidade política, ao tempo em que elevam a nossa consciência de classe, atributos absolutamente necessários no combate às injustiças e na luta pela transformação social.


 


Situações diversas nessa caminhada, enfrentamento a conjunturas difíceis e complexas. Angústias diante de inúmeros ataques ao país, ao povo e aos trabalhadores, particularmente a essa brava categoria. Derrotas amargas, porém momentâneas. Nos momentos mais difíceis, os inimigos do povo brasileiro não conseguiram fechar as portas do nosso Sindicato. Tentaram de todas as formas, porém nossas convicções falaram bem mais alto. Converteram-se em perseverança e solidariedade, acendendo em corações e mentes a chama da resistência.


 


Grandes foram as vitórias. A maior delas, sem dúvida, a certeza de que vale a pena lutar. Luta econômica, luta política e luta ideológica. Ao invés da vergonha, o orgulho da luta. Baixar a cabeça, não! Construir a elevação da auto-estima. Esse foi o oxigênio capaz de levar a categoria petroleira, sobretudo em nosso Estado, a combinar as questões imediatas com a luta mais geral, participando das grandes batalhas pela superação do neoliberalismo. A conquista de um novo governo, com a nossa cara, com as forças mais avançadas da sociedade brasileira, foi compartilhada pelos petroleiros.


 


Novo contexto, novos desafios. O pólo mais combativo do movimento sindical, em todo o Brasil, expressa suas potencialidades, mas também limitações. Da perplexidade diante do governo Collor, às confusões e crises de identidade no governo Lula. Dentro da Federação Única dos Petroleiros – FUP, o SINDIPETRO/RN se afirma como um pólo de resistência às posições equivocadas do grupo majoritário na direção daquela Federação, cuja postura vacilante confunde a categoria e desarma os petroleiros, ao subordinar qualquer ação sindical mais combativa ao crivo da direção da Petrobrás.


 


Não por coincidência, a vida vai revelando que as contradições da FUP expressam um fenômeno mais geral: as limitações da própria Central Única dos Trabalhadores – CUT. Isso faz aflorar uma série de manifestações, em contra ponto ao rumo adesista e absolutamente dependente frente ao novo governo. As forças mais combativas dentro da CUT não aceitam o retrocesso e buscam outro caminho, reafirmando a luta e a independência dos trabalhadores, mesmo apoiando o governo Lula, na luta pelas mudanças em nosso país.


 


Daí surge a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, movimento que teve desde o seu nascedouro a participação do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte. A categoria referendou por ampla maioria, em março de 2008, a posição do SINDIPETRO/RN, ao aprovar a sua filiação à CTB. Em maio de 2009, nas recentes eleições sindicais, tal caminho foi ratificado nas urnas, de forma consagradora. Bom Congresso! Viva a Luta!


 


por George Câmara, petroleiro, advogado e vereador em Natal pelo PCdoB