Na contra-mão do desemprego
A crise econômica mundial minou milhares de empregos no Rio Grande do Norte. Apesar disso, algumas ocupações foram na contramão e obtiveram um saldo de contratações superior ao de demissões no período mais agudo desse abalo econômico, entre dezembro de
Publicado 16/06/2009 16:50 | Editado 04/03/2020 17:08
Vigilante foi a ocupação que registrou maior procura pelas empresas: 590 vagas e salário médio de R$ 627 Foto: Ana Amaral /DN/D.A. Pess
De acordo com o economista Aldemir Freire, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “o cenário é de desemprego no estado, mas alguns setores contrariaram essa tendência e apresentaram saldos positivos. Porém se formos comparar com os dados do ano passado esse saldo é bastante inferior e o perfil das ocupações é outro”. O economista explica que as ocupações que superaram a crise são aquelas que exigem baixa qualificação e pagam baixos salários. “E mesmo as que exigem algum nível de qualificação também pagam pouco”.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o emprego de vigilante apresentou o melhor desempenho no estado, abrindo 590 vagas entre dezembroe abril, com salário médio de R$ 627,54. Em segundo lugar, aparece a ocupação de “trabalhadores da manutenção de edificações e logradouros”, que engloba os empregos de auxiliar de serviços gerais e zelador, com 184 novas vagas e média salarial de R$ 457,34. O emprego de estivador vem em seguida, com 158 vagas e salários de R$ 433,64.
Professor de ensino superior na área de orientação educacional aparece em quarto lugar, com salário base de apenas R$ 469,83 e 154 novas vagas. Em seguida, frentista (151 vagas, salários de R$ 533), porteiro de edifício (121 vagas, salários de R$ 481). Das dez ocupações com saldo de contratações positivas, a que paga melhores salários é a de plataformista de petróleo (7º lugar), cujo salário médio é de R$ 952,90. Segundo Aldemir essa é uma ocupação que deve permanecer aquecida nos próximos anos.
Completam a lista as ocupações de professor da educação de jovens e adultos do ensino fundamental (113 vagas / R$ 716,54); técnico de enfermagem (83 vagas / R$ 545,51) e faxineiro (78 vagas / R$ 453,46). Para Aldemir, as ocupações relacionadas a edifícios apresentam estabilidade assim como o emprego de técnico de enfermagem. Já a ocupação de estivador, foi uma surpresa na lista, “algo pontual”.
Aldemir aponta que o mercado de trabalho não será promissor como nos últimos anos. Apesar disso, ele crê que a economia se recuperará no segundo semestre e que haverá saldo positivo de empregos, embora pequeno. “Não vamos ter mais um ritmo de 15 mil empregos formais criados. Talvez 8 mil empregos sejam criados”, estima.
No mesmo período do ano passado, a ocupação de servente de obras, uma das mais afetadas pelas crise, havia sido a líder na lista, com saldo de 674 vagas. Em 2009, o saldo negativo foi de 1.949 vagas.
Fonte: Diário de Natal