Lula diz que pretende continuar fazendo política após 2010

O presidente afirmou que não quer o terceiro mandato por que não se pode “brincar com a democracia”. “Eu acho que a alternância de poder é importante porque vai permitindo ao povo, cada vez mais, escolher alguém. E eu sempre vou torcer para que as pessoas escolham alguém melhor do que eu (…), alguém que possa fazer avançar aquilo que nós começamos a fazer em 2003”, disse Lula.

 
O presidente convocou a população, em Congoinhas, norte do Paraná, a “acertar nos políticos que a gente vai votar”, porque, segundo ele, “a gente tem chance de melhorar as coisas ainda mais”. Em discurso a integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra (MST), Lula afirmou que os governos anteriores ao seu não tinham como política o atendimento aos pobres.

 
Segundo o presidente, um jornal não nominado por ele disse que o governo não tinha cumprido as metas do Luz para Todos. “Só posso entender que esse companheiro não participou da festa, chegou no fim e quer dar palpites sobre a festa”.

 
Lula, que veio ao assentamento Robson Vieira de Souza, para colocar em funcionamento a instalação número 2 milhões do programa Luz para Todos, do governo federal, acentuou que na verdade essa é a ligação 2 milhões e 40, portanto, superior aos dois milhões previstos no início do programa para o seu governo. De Congoinhas, o presidente partiu para Londrina, onde lança o plano Safra 2009/2010.

 
O presidente também comentou o fato de o Brasil ter se tornado credor do Fundo Monetário Internacional (FMI), após décadas como devedor. “Quando nós assumimos o governo em 2003, eu tinha como meta, como ambição minha, acabar com a nossa relação de dívida com o FMI”. Lula criticou a ingerência do organismo. “O fato de o FMI emprestar dinheiro a um país é normal. O que é anormal é o FMI emprestar dinheiro e depois começar a mandar seus diretores aos países, dizer o que o país tem que fazer: se pode fazer estrada, se pode fazer escola, se pode fazer universidade, se pode fazer uma ponte”. Segundo Lula, o Fundo tem que emprestar dinheiro e o único compromisso que o país tem é pagar. “E os juros têm que ser mais baixos e não pode ter nenhuma condicionalidade”.

 
Sobre a decisão de emprestar dinheiro ao Fundo, Lula afirmou que o Brasil precisava se portar como um país grande. “O Brasil não pode fingir que é pequeno e dizer: não, eu sou pobre, eu não posso dar. Nós temos reservas, nós temos grandeza suficiente para dizer: nós vamos dar a nossa parte”. “E isso é importante porque não diminui as nossas reservas, porque é um empréstimo. Portanto, nós estamos tranquilos e muito felizes. Eu tenho orgulho porque passei 20 anos da minha vida carregando faixa por este país afora: Fora FMI! Fora FMI! Foi exatamente no meu governo que nós criamos as condições para não precisarmos mais do FMI”.

Fonte: Agência Estado