PCdoB-RS quer reunir 5 mil filiados com carteira no Congresso

O encontro também debateu a situação política do estado e o governo Yeda Crusius.

Os comunistas gaúchos querem realizar debates em todas as regiões do estado, que devem envolver não só os filiados e amigos do partido, mas amplos setores da sociedade. “Nosso desafio é construir essa grande mobilização daqui até setembro (quando ocorre a Conferência estadual). Deve ser um debate vivo, que possa envolver toda a sociedade”, pontuou Frasson.

 
O presidente estadual fez um resumo do documento guia apresentado para o debate do 12º Congresso. Situou os principais temas da discussão: o Projeto de Resolução Política, que trata da crise do capitalismo e das conjunturas internacional e nacional; o Programa Socialista para o Brasil, cujo debate está entre os mais significativos do Congresso e a Política Nacional de Quadros e atualização nos estatutos.

 
“Todos são temas de muita relevância, e os documentos orientam e abrem este debate no interior do partido. É um excelente momento na vida do PCdoB, que deve avançar na sua compreensão”, disse Frasson. O dirigente também assinalou que o Congresso e as Conferências escolherão as novas direções partidárias.

 
Momento propício ao debate

A avaliação é de que o momento que vive o mundo e o Brasil é propício ao debate, e é isso que o partido propõe. Isso leva em conta a crise do capitalismo que recoloca a possibilidade de discussão em torno de uma saída socialista, e a eleição de 2010, na qual é necessário garantir a continuidade e o aprofundamento do projeto de mudanças no país e um crescimento significativo das forças populares, desenvolvimentistas, em especial o PCdoB.

 
Um dos temas essenciais para o debate que o Congresso coloca é exatamente a transição do capitalismo ao socialismo. Neste sentido, o PCdoB deseja realizar um debate vivo com os seus filiados e com a sociedade, que indica as contradições fundamentais do Brasil atual (e da crise do capitalismo) e as propostas para superá-las. Um debate que, segundo os documentos, “oferece um norte para a luta do PCdoB, da classe trabalhadora e do povo.”

O documento que o PCdoB apresenta ainda avança mais. Aponta também o caminho brasileiro para o socialismo: um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Trata-se da construção de uma plataforma de lutas, concreta e imediata, que visa a fortalecer o Brasil como nação soberana, democrática, próspera e socialmente avançada.

 
Mobilização

A secretária de Organização do comitê gaúcho, Cora Chiapetta, apresentou as linhas gerais do plano de mobilização para o Congresso no estado. “Nosso esforço será direcionado para a realização de grandes conferências municipais, assembleias de base, atos públicos, debates e plenárias, que devem culminar em uma mobilização de mais de 5 mil filiados.”  Ela destacou a priorização da carteira militante será parte fundamental deste esforço de mobilização.

O calendário se inicia já neste final de junho, com o lançamento do Congresso em Caxias do Sul (dia 27), e deve se estender com os lançamentos nos demais municípios. Em julho, o comitê estadual realiza mais um debate com foco nas teses do Congresso, voltado para os dirigentes estaduais dos principais municípios e frentes de atuação. No dia 8 de agosto ocorre um grande debate público de caráter estadual. Neste período estarão ocorrendo os debates nos municípios e regiões, assim como as assembleias e conferências municipais, que devem ser realizadas até meados de setembro.

 
Um trabalho de comunicação deverá ser implementado para dar suporte às ações de mobilização no estado. Entre as medidas está a criação de uma campanha publicitária com a utilização de outdoors e anúncios nos jornais de abrangência estadual, a criação de um blog e o trabalho de assessoria de imprensa exclusivo, com o objetivo de garantir a maior visibilidade possível para as atividades congressuais.

 
Cora também informou que o partido está construindo, junto com o plano de mobilização, um plano de metas com o fim de ampliar a presença do partido nos municípios do Rio Grande. Atualmente o PCdoB está organizado em 127 municípios. Segundo ela, o objetivo é obter uma significativa ampliação neste número.

 
A pauta estadual

O debate sobre a situação política e econômica do estado, embora não seja o tema congressual, também deve aparecer nas discussões. A reunião discutiu a conjuntura estadual e teve a apresentação de um projeto de resolução sobre a situação do Rio Grande do Sul que deverá se concluído nos próximos dias. O documento sistematiza dados sobre a situação da economia e das políticas públicas, assim como faz avaliação sobre a crise política vivida pela governadora Yeda Crusius em face às inúmeras denúncias de corrupção que pairam sobre o governo tucano.

O PCdoB tem reafirmado o empenho na constituição de uma alternativa para o estado. O objetivo é a construção de um projeto de desenvolvimento para o Rio Grande, democrático, popular e avançado que contribua decisivamente para o desenvolvimento do país e para o bem-estar dos gaúchos, e que seja capaz de unir (tendo como referência a base de Lula no estado) em torno de uma plataforma justa, para derrotar o governo neoliberal do PSDB.

Outro desafio que ocupa centralidade na estratégia do PCdoB gaúcho, tendo em vista as eleições de 2010, é garantir o êxito do seu projeto eleitoral, cuja prioridade está na ampliação do espaço que ocupa na Câmara Federal, bem como na Assembleia Legislativa. Para isso, trabalha na perspectiva da construção chapas proporcionais com boa densidade eleitoral, com quadros partidários de expressiva liderança.

Neste sentido, a reunião do comitê reafirmou a necessidade do empenho do partido para a busca de lideranças que podem se somar nesta luta e propostas do PCdoB. “Queremos que as lideranças democráticas, que querem o melhor para o Rio Grande, se somem a este nosso esforço e sejam candidatos pelo PCdoB. No nosso partido há espaço para esses quadros eleitorais avançados da sociedade,” destacou Frasson.

De Porto Alegre,
Clomar Porto