Alba fortalecida: Paraguai pretende integrar o grupo
Seguindo o exemplo do Equador, o Paraguai anunciou, nesta quarta-feira (24), que pretende se tornar “em pouco tempo” um membro pleno da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). A adesão se dará em razão das coincidências de “princípios e fundam
Publicado 25/06/2009 14:03
“Acreditamos que estamos amadurecendo o processo para que, eventualmente, nossa condição (na Alba) passe a um nível superior em pouco tempo e, de fato, nos sentimos cômodos dentro do organismo”, disse Lacognata durante sua intervenção na cúpula extraordinária do grupo, realizada em Maracay, na Venezuela.
A reunião de ontem concretizou a adesão de Equador, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda à Alba, já integrada por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica e Honduras.Lacognata participa do encontro em representação ao presidente do Paraguai, país observador da Alba.
“O Paraguai quer seguir junto à Alba, caminhando por este caminho de mudanças que iniciamos (…), porque coincidimos com os princípios e fundamentos já estabelecidos, de uma integração baseada na solidariedade e complementaridade”, disse o chanceler.
Equador
O presidente equatoriano, Rafael Correa, ao oficializar seu ingresso na Alba, definiu o grupo como “um projeto socialista”. Após lembrar que o grupo é acusado de ser político, ele afirmou: “certamente que é político” e, mais especificamente, “é um projeto socialista”.
No discurso que fez na reunião, Correa destacou a busca do “desenvolvimento equitativo”, por meio de um “diálogo simétrico e franco” o qual buscam os nove países agora associados na entidade regional, o que, ressaltou, passa por “anular o neoliberalismo”.
Segundo ele, trata-se de avançar em direção ao desenho de “um novo modelo” que deve ter como “eixo central o indivíduo social e solidário”, dirigido a “tomar a vida de assalto” e que contenha, para isso, “uma nova arquitetura financeira” e um compromisso adicional de “harmonia com a natureza”.
Após assinar formalmente a adesão equatoriana, Correa afirmou que a entrada do Equador na Alba foi uma decisão “reflexiva e madura” do governo, que identificou uma “empatia ideológica” com esse projeto regional de “solidariedade e integração”.
O líder equatoriano disse também que mecanismos políticos como a Alba fortalecem a posição comum da região nas relações internacionais, “para evitar que excessos do capitalismo do norte” vulnerem ainda mais os países latino-americanos.
“Não podemos ir mais devagar que o resto… a Revolução é agora, não é amanhã, é agora”, afirmou Correa, ao pedir rapidez no cumprimento dos projetos de integração política, social e econômica propostos pela Alba.
Novos mecanismos
O presidente anfitrião da cúpula, Hugo Chávez, anunciou que o grupo aprovou a criação de novos mecanismos econômicos, como o “fundo de compensação comercial”, sobre o qual não deu detalhes, assim como dar maior impulso à área política, com reuniões trimestrais dos presidentes dos países-membros.
Nesse sentido, propôs que a próxima cúpula da Alba aconteça na Bolívia, “um dos países mais antigos” do bloco.
Nos discursos que fizeram após também formalizarem a integração, os primeiros-ministros de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, e Antígua e Barbuda, Baldwin Spencer, coincidiram em que a inclusão dos países é “uma grande honra”.
Com essas novas incorporações, a Alba – até hoje integrada por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras e Dominica – passa a contar com nove membros, o que constitui, segundo os promotores da iniciativa, uma nova fortaleza deste sistema, que nasceu há quase cinco anos.
Assistiram a adesão do Equador e das duas nações caribenhas os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, assim como o vice-presidente cubano, José Ramón Machado, que representou o líder cubano, Raúl Castro, cuja presença tinha sido anunciada por Chávez, mas que acabou não comparecendo à cúpula.
Também estiveram presentes na reunião a chanceler de Honduras, Patricia Rodas, o primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, assim como o chanceler de Granada, Peter David, e o do Paraguai, Héctor Lacognata, estes dois últimos como representantes de países observadores.
Unidade
Nos discursos que fez ao longo do dia, Chávez insistiu em que os povos dos países da Alba e da América Latina de forma geral travam atualmente uma segunda “grande batalha” por sua “plena independência”. “Só a união nos libertará”, repetiu na cúpula, que se estendeu pelo anoitecer em um hotel de Maracay, depois de ter feito a mesma afirmação no início do dia, em um desfile cívico-militar no histórico Campo de Carabobo, onde, há 188 anos, aconteceu a batalha que selou a independência venezuelana da Espanha.
No local, os presidentes e demais líderes dos países do grupo regional assistiram ao desfile, no qual participaram junto com os venezuelanos militares de Cuba, Honduras, Nicarágua e Bolívia.
Com agências