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Irã refuta fraude na “eleição mais limpa que já tivemos”

O Conselho dos Guardiães, encarregado de examinar as acusações de fraude na eleição presidencial do dia 12 no Irã, julgou improcedentes as alegações oposicionistas de fraude. “Após dez dias de exame, não vimos quaisquer irregularidades graves”, disse Abba

“Não tivemos fraude em nenhuma eleição presidencial e esta foi a eleição mais limpa que já tivemos. E posso dizer com certeza que não houve fraude nesta eleição”, disse Kadkhodai. O Irã já elegeu seis presidentes desde a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou a monarquia autocrática do xá Reza Pahlevi.



Teerã x resto do país



A conclusão deixa pouco espaço para novos questionamentos legais da oposição sobre o resultado das eleições, pois anteriormente o Conselho já rejeitara um pedido de anulamento da votação.



Hossein Mousavi, o principal desafiante do atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, convocou a imprensa horas depois do fim da votação para se proclamar vencedor. Quando a apuração indicou que Ahmadinejad vencera com 62,7% dos votos (mais que o dobro de Mousavi) uma série de manifestações re rua teve início na capital, Teerã, para protestar contra os resultados. Pelo menos 19 pessoas se acredita que tenham sido mortos em violentos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança iranianas.



Ghanbar Naderi, o editor de política e economia do diário estatal iraniano em inglês Iran Daily, disse à TV árabe Al Jazira, na sexta-feira, que a situação está agora sob controle. “Aqueles que votaram a favor de Mousavi na capital cairam em si”, disse ele. “Eles estão lentamente entrando em acordo com a realidade de que, sim, a maior parte deles votou em Mousavi na capital, mas o resto do país votou em Ahmadinejad”.



“Depois de duas semanas, já não há mais manifestações violentas nas ruas. As últimas poucas pessoas que tentaram tirar proveito da situação foram detidas pela polícia e que serão levadas a um tribunal estecial”, disse Naderi.



Guerra de palavras Irã-EUA



Os protestos levaram a uma guerra de palavras entre o Irã e os Estados Unidos. O presidente americano, Barack Obama, inicialmente fez um pronunciamento moderado, que começava por reconhecer que cabe aos iranianos escolher seu presidente.
A declaração inicial de Obama gerou uma onda de críticas nos EUA. E provocaram uma segunda fala, mais dura, na quarta-feira, em que o presidente se declarou  “chocado e indignado”.



Ahmadinejad reagiu pedindo a Obama para “evitar interferir nos assuntos do Irã” durante um discurso transmitido pela televisão estatal iraniana na quinta-feira. “Eis aqui nosso amistoso conselho: não queremos ver as grandes desgraças da era Bush repetidas na nova era dos EUA”, disse. Para ele, Obama deve um pedido de desculpas a seu país.



Nesta sexta-feira, o chefe da Casa Branca tornou pública a sua tréplica. Disse que “não levo a sério as declarações de Ahmadinejad sobre desculpas”. Mas disse também que a “linha” dos EUA é de “não interferir com o processo eleitoral no Irã”. Ele falou em Washington na coletiva apóe um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel.



Da redação, com informações da Al Jazira