Jornalistas presas na RPDC podem ser agentes da CIA
Ao comentar a sentença de prisão dada a duas jornalistas americanas na República Popular Democrática da Coreia, capturadas em março deste ano, um jornal americano acredita que as duas correspondentes poderiam ser, na verdade, agentes da CIA, informa o
Publicado 26/06/2009 11:19
Ao comentar a sentença de duas jornalistas americanas, problema que atraiu a atenção da mídia internacional, um meio americano acredita que as duas correspondentes podem ser agentes da CIA.
Algo embaraçoso para mencionar?
As jornalistas estadunidenses Euna Lee e Laura Ling foram detidas em 17 de março deste ano, pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC) devido à entrada de forma ilegal no país.
O Tribunal Central da RPDC sentenciou, em 8 de junho, as duas americanas a 12 anos de “reforma mediante trabalho”, por cometer “ações hostis contra a nação coreana” e por “entrar ilegalmente no país”.
De acordo com as autoridades norte-coreanas, as duas jornalistas, enviadas pela Current TV dos EUA, entraram na China como turistas e, carregando consigo US$ 9.500 em dinheiro, atravessaram sigilosamente o rio Tumen na madrugada de 17 de março, entrando ilegalmente em território da RPDC.
Ao serem interrogadas pela justiça norte-coreana, ambas reconheceram “que haviam entrado na RPDC sem autorização e que o fizeram com propósitos políticos, e suas atividades estão destinadas a prejudicar o status quo de direitos humanos do país, isolar e estrangular o sistema socialista da RPDC”.
Após a sentença das jornalistas, a secretária de Estado estadunidense Hillary Clinton enviou uma mensagem à RPDC pedindo desculpas pela intrusão das duas na RPDC e instando o país a colocá-las em liberdade.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly, disse que após o término do processo juducial para sentenciar as duas jornalistas, em consideração humanitária, elas deveriam ser postas em liberdade e reunir-se com suas famílias.
O governo americano reagiu de forma bastante moderada ao reconhecer a intrusão ilegal das duas jornalistas no território norte-coreano e ao não negar suas atividades daninhas aos interesses coreanos.
Kelly, inclusive, declarou que as duas violaram a lei coreana, que os EUA respeitam a soberania judicial da RPDC e que a petição de colocá-las em liberdade foi feita em consideração humanitária. Por trás da atitude dos Estados Unidos, talvez esteja oculto algo embaraçoso para dizer.
Pertencem as duas jornalistas à CIA?
O jornal estadunidense American Free Press, que nada contra a maré da crença propalada pela mídia americana, publicou em sua página na internet um artigo de seu repórter, Victor Thorn, que sustenta a tese de que as duas jornalistas seriam agentes da CIA.
Victor Thorn, imbuído de espírito crítico, revelou diversos escândalos. Seus comentarios foram objeto da mídia, além de provocarem polêmica.
Na nota intitulada “Jornalistas detidas trabalham são espiãs da CIA?”, Thorn faz suas conjecturas, ao revelear que as duas jornalistas estão contratadas pela Current TV, com sede em São Francisco e que pertence ao ex-vice presidente Al Gore. Por que Al Gore permanece em silêncio desde o princípio desses acontecimentos? perguntou.
Thorn afirma que Al Gore mantém uma atitude ideológica similar a de Obama. O governo Obama necessita de números precisos sobre o projeto nuclear da RPDC. “Quando Obama crê como necessário enviar espiões para trabalhar na Coreia, é possível que Al Gore apresente as duas candidatas, já que a identidade como jornalista é a melhor camuflagem para os agentes secretos”.
Segundo informou em 19 de junho o correspondente da AP, Gene Lee, após receber a advertência, as duas jornalistas não deixaram de fazer fotografias na Coreia. Há provas que mostram que atravessaram a fronteira da Coreia de maneira furtiva. E só quando se recusaram a obedecer a ordem de parar de fotografar é que os militares coreanos as detiveram.
O que faz refletir é a filmagem do documentário “Undercover In The Secret State” por parte de Lisa Ling, irmã mais velha de Laura Ling, para o canal National Geographic, dos Estados Unidos.
Lisa entrou na Coreia de maneira fraudulenta, camuflada de ajudante do oftalmologista nepalês Sanduk Ruit para filmar com uma minicâmera no país. Qualificou o país asiático como “o mais terrível do mundo”.
Lisa também utilizou muitos materiais fornecidos pelo Departamento de Defesa e do Estado americano. Com a publicação do seu documentário, apresenta uma imagem da Coreia ainda mais negativa ao ocidente.
Em seu artigo, Thorn revela que outros dois americanos também se infiltraram na Coreia, um dos quais é o “fotógrafro” Michael Koss, que também era contratado pela Current TV de Al Gore.
O mais estranho é que Koss conseguiu escapar de ser preso pelos guardas de fronteiras da RPDC e, após seu retorno aos EUA, se negou a fazer comentários ou a dar explicação sobre o acontecimento, sendo que só fez relatos ao Departamento de Estado dos EUA.
Como veterano jornalista, Koss frequenta os lugares mais quentes do mundo pelo menos nos últimos 30 anos, desempenhando também o papel de produtor em vários meios de comunicação, tem frequentado o Departamento de Defesa e outras instituições governamentais altamente confidenciais dos Estados Unidos, além de prestar servili como assistente de Lisa Ling.
Em seu artigo intitulado “Os refugiados são capazes de eliminar Kim Jong-il“, publicado no San Francisco Times em 2003, fez um chamado aos refugiados coreanos a derrubarem o governo da Coreia.
Thorn afirma que, geralmente, a CIA não recorre à identidade jornalística para ocultar suas ações de espionagem, com exceção para os casos “espinhosos”
Um meio “oposto” ao governo
O American Free Press toma uma posição distinta da governamental, afirmando que os principais meios nacionais e regionais, inclusive as cadeias de televisão e rádio, estão controlados por um número reduzido de magnatas financeiros e só informam as notícias que o letior conheça, a fim de monopolizar a política estadunidense.
Contudo, as massas populares não sabem disso. Assim, o American Free Press se declarou contrário ao principais meios do país, dizendo-se “o último jornal autêntico dos Estados Unidos”.
O jornal também expressou suas conjecturas sobre a parcialidade da política estadunidense a favor de Israel no Oriente Médio. Em uma nota publicada recentemente, o jornal revela que, em janeiro de 2009, Israel desencadeou um ataque contra Gaza, causando 1.400 mortos e que os militares israelenses mataram a tiros os camelos, macacos e outros animais do zoológico de Gaza.