Após jantar com o PT, Lula encontra a sós com Sarney
A reunião entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória da Presidência, terminou na tarde desta sexta-feira (3) sem informações. Os d
Publicado 03/07/2009 15:35
A conversa de Lula com o presidente do Senado, que enfrenta uma sucessão de denúncias, foi acertada na quinta-feira. Só os dois se reuniram, sem testemunhas, no gabinete presidencial no CCBB. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) encarregou-se de falar à imprensa, em longa coletiva.
Mercadante conta o jantar com Lula
Mais cedo, o líder do PT no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), falou aos jornalistas sobre o jantar com o presidente. Além da bancada petista e de Lula, participaram Dilma e Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente. O encontro durou cerca de quatro horas.
Pelo relato de Marcadante, a bancada levou a Lula sua posição de pedir o afastamento temporário de Sarney da presidência do Senado, como já haviam feito o PSDB e o DEM. Mas Lula não concordou.
Lula afirmou ser contra uma licença de Sarney; e que duvida que o peemedebista consiga voltar caso se licencie. “Se ele (Sarney) sair, ele não volta”, teria previsto o presidente.
Segundo relatos, o presidente foi explícito ao destacar a importância de manter a aliança com o PMDB, tanto só para votar projetos de seu interesse no Senado, como para evitar instalações de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que tumultuem o governo, como a da Petrobras, e também para não atrapalhar o enfrentamento da crise econômica mundial, nem a candidatura Dilma Rousseff, à Presidência da República.
Conforme Mercadante, o presidente avalia que a manutenção de Sarney à frente da Casa e a parceria com o PMDB são fundamentais para a governabilidade do país.
“O PT até agora não fez política”
Ficou acertado durante o jantar que haverá novo encontro da bancada petista com Lula, na terça-feira. Segundo Mercadante, só depois a bancada deve se manifestar sobre a permanência de Sarney, atendendo ao apelo do presidente. Analistas acreditam que a tática de ganhar tempo parte de uma avaliação de que o pior da crise teria passado, depois de uma sucessão de denúncias reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Lula avalia que faltou aos senadores petistas uma compreensão política da crise no Senado. Em conversa com a Agência Estado, um auxiliar próximo de Lula avaliou que o PT, até agora, não fez política e não entendeu que os partidos de oposição “jogam para a plateia”. “O PT precisa entender que há uma crise institucional no Senado, que vem desde D.João, e uma crise política.
O DEM deixou claro que há uma questão política”, disse a fonte, sobre a decisão do partido de retirar o apoio a Sarney, depois que este proclamou sua condição de aliado de Lula. Ainda segundo o assessor citado pela Agência Estado, o PT tem que fazer política. “Vão tirar o Sarney e deixar o amigo para fazer a transição?” questionou o auxiliar, referindo-se com ironia ao senador Marconi Perillo (PSDB-GO) adversário do PT e do PMDB.
Da redação, com agências