Crise faz crescer desembolso do BNDES e procura por fomento
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 32,7 bilhões nos primeiros cinco meses do ano, mostrando estabilidade nas liberações de recursos feitas pela instituição quando comparadas ao mesmo período do ano anterior. A
Publicado 03/07/2009 12:58
Em comunicado, o BNDES acrescentou que as consultas para novos investimentos na instituição cresceram 40% entre janeiro e maio, totalizando R$ 91,3 bilhões. A instituição avalia que esse crescimento nas consultas reflete perspectiva de aumento nos desembolsos. “A expansão das consultas ocorreu, basicamente, devido às demandas dos setores de material de transporte, química e petroquímica, indústria extrativa e serviços de utilidade pública”, disse o banco de fomento.
“O desempenho revela que parte dos novos investimentos está voltada para o mercado doméstico, em paralelo ao movimento de recuperação da utilização da capacidade ociosa da indústria”, acrescentou. Nos últimos 12 meses, o BNDES anunciou crescimento em todos os itens, com os desembolsos crescendo 17% na comparação com um ano antes, para R$ 92,2 bilhões.
Eixo Sul/Sudeste
A diminuição do crédito na rede bancária privada, como consequência da crise financeira mundial, provocou um grande aumento na procura por recursos oferecidos pelas agências de fomento filiadas à Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Abde). De acordo com o presidente da Abde, Pedro Falabella, os empresários descobriram que as agências de fomento de alguma maneira podem resolver a sua carência por recursos.
“Os empresários descobriram que existem agências de fomento que, na maioria das vezes, estão prontas a socorrê-los neste momento de crise, sem tantas exigências, como acontece com os bancos comerciais”, disse. Segundo ele, só a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) registrou 40% a mais de demanda de empresas, inclusive as de grande porte, que antes só buscavam crédito na rede bancária.
“A maioria das nossas empresas chegava, no máximo a porte médio. Hoje, nós já estamos trabalhando com empresa quase de grande porte, como as de componentes”, disse. Nos demais Estados, de acordo com Falabella, as informações indicam que também houve aumento de procura por investimentos nas agências de fomento, principalmente no eixo Sul/Sudeste. “O Sul e Sudeste foram as que mais tiveram demanda”, informou.
Programa
Para capitalizar as agências de fomento, o presidente da Abde indicou que está buscando uma aproximação mais estreita com o BNDES, a exemplo do que já ocorreu com o Banco Central. “Com o Banco Central, nós sentamos à mesa, discutimos normas. Muitas sugestões nossas foram aceitas. Com o BNDES, nós estamos iniciando esse processo, porque as agências de fomento precisam ser capitalizadas.”
Falabella está entusiasmado com a ideia dos estados virem a criar com o governo federal um programa de desenvolvimento de agências de fomento. “Nenhuma das nossas 12 agências poderá dizer que vai prescindir desse programa do BNDES. É uma iniciativa louvável. O BNDES em pouco tempo percebeu que as agências de fomento poder ser seus parceiros, principalmente na busca de clientes que estão fora do processo, em especial as micro e pequenas empresas”, disse.
A tese sobre a criação de um programa de desenvolvimento de agências de fomento foi defendida no último dia 19 de junho, no Rio de Janeiro, pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Mas não existe nada, ainda, em estudo, informou a instituição por meio da assessoria de imprensa. Porém, confirmou que o BNDES considera importante poder expandir a sua atuação pelo país, usando a capilaridade dos bancos públicos e das agências de fomento.
Com informações da Agência Brasil