Micheletti fala em antecipar eleições; povo permanece na rua
Após o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Miguel Insulza, anunciar que desembarcaria nesta sexta-feira (03) em Honduras para cobrar a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, o governo instalado mediante o golpe de E
Publicado 03/07/2009 12:27
O presidente designado, Roberto Micheletti, disse ontem que não tem “nenhuma objeção” em antecipar as eleições programadas para 29 de novembro. Segundo ele, essa seria uma possível saída para a crise causada pela deposição do presidente Manuel Zelaya. Micheletti disse ainda que estaria disposto a realizar um plebiscito para perguntar aos hondurenhos se querem a volta de Zelaya ao poder.
Questionado em entrevista coletiva se, diante de uma eventual proposta da Organização dos Estados Americanos (OEA), aceitaria convocar uma votação antecipada, Micheletti disse que estaria “totalmente de acordo”. Mas, ele ressalvou que a decisão precisaria de um “arranjo político” para ser concretizada.
Micheletti também declarou que Zelaya não deve voltar no fim de semana a Honduras, como planeja, para evitar um derramamento de sangue. “Para a paz e a calma do país, eu preferiria que ele não entrasse. Não quero nem uma gota de sangue derramada por nosso país”, disse.
Apesar dessa resistência, o governo de facto de Honduras enfrentará dificuldades para impedir o retorno de Zelaya. A pressão da comunidade internacional e da população hondurenha é grande e analistas afirmam que este é o cenário mais provável dos que vêm sendo projetados.
A Frente de Resistência Popular de Honduras anunciou que continuará os protestos contra o golpe militar e a favor de Zelaya. “Vamos adiante, sem temor, até que o presidente legítimo volte”, disse o deputado Marvin Ponce, do partido União Democrática.
Israel Salinas, secretário-geral da Federação Única de Trabalhadores, destacou que as forças de resistência pacíficapreparam um ato massivo para receber Zelaya, no sábado. Um dos líderes dos protestos, Erasto Reyes informou que a repressão violenta ao movimento é grande e 40 manifestantes continuavam presos, enquanto outros dois se encontravam desaparecidos. A onda de protestos contra o golpe já dura seis dias.
Com ABN