Sem categoria

 Luis Nassif desmonta a ficha falsa de Dilma

Em sua coluna no Último Segundo, Luis Nassif apresenta em primeira mão os laudos técnicos demonstrando a falsificação publicada pela Folha de S.Paulo (5/4/2009) como se fosse uma ficha da Ministra Dilma Rousseff no Dops. No último dia 28

Para conferir os laudos técnicos clique aqui. Os recursos de programação usados permitem ampliar os documentos e examiná-los em detalhe. Abaixo, a íntegra da coluna no Último Segundo.




Um dos episódios jornalisticamente mais polêmicos dos últimos anos foi o caso da suposta ficha da Ministra Dilma Rousseff no Dops. Dilma acusou o jornal de ter se valido de uma ficha falsa. O jornal refutou, dizendo que não poderia garantir que a ficha era verdadeira, mas tão pouco comprovar que era falsa. Dilma insistiu e enviou ao jornal dois laudos contratados por ela, junto a peritos da Universidade Nacional de Brasília (UnB) e Unicamp. O jornal insistiu que não poderia garantir que a ficha era falsa, por não ter o original para comparar – um contra-senso que, levado ao pé da letra, legitimaria qualquer falsificação.



Solicitei e recebi os dois laudos da Ministra, para poder avaliar. As conclusões são inequívocas e desmentem o jornal.



O laudo da Unicamp é assinado por Siome K. Goldenstein e Anderson R. Rocha, do Instituto de Computação.



Suas conclusões:




 1. A imagem publicada na Folha Online não é a mesma publicada pelo jornal.



 2. A imagem foi digitalmente fabricada. A foto foi recortada de uma outra fonte, o texto foi adicionado posteriormente de forma digital e é improvável que qualquer parte da ficha tenha sido escaneada do Arquivo Público de São Paulo – onde a ficha estaria depositada, segundo a Folha.



3. A moldura da ficha foi scaneada (copiada através de uma máquina scanner). Já a foto de Dilma foi colocada digitalmente. Na foto, os pixels (pontos que compõem a imagem)são exatamente iguais. A probabilidade de isso ocorrer em uma foto convencional é de 10 elevado a 30.000. Para efeito de comparação, a possibilidade de duas pessoas terem o mesmo DNA é de 10 elevado à 12ª potência.



4. As letras foram digitalmente acrescentadas.



O laudo da UnB é ainda tão definitivo quanto o da Unicamp:




1. O laudo analisou três sites que tinham a tal ficha. E se baseou naquele que tinha melhor resolução, o Viomundo. Na sua resposta, a Folha disse que o laudo se baseou na foto de um site que costuma criticar a imprensa – argumento tolo, já que o laudo concluía que as três fichas tinham a mesma procedência.



2. Comparou as impressões digitais da ficha original, do DOPS, com os da ficha falsa. Constatou que eram diferentes. A probabilidade de serem iguais era de zero.



3. Analisando as bordas da ficha, constatou que as duas dobras eram exatamente iguais, possivelmente usando o chamado efeito espelhado.



4. Foram utilizadas as fonte MS San Serif (do sistema operacional Windows) e Courier (BM). Em alguns casos, foram colocadas letras desalinhadas (como o S), mas também de forma digital, porque todas as letras S são idênticas.



Antes disso, leitores do meu Blog (www.luisnassif.com.br) já tinham chegado à mesma conclusão. Como André Borges Lopes, em um trabalho detalhado sobre a foto.



Sua conclusão: “Duvido que surja algum especialista sério no mundo capaz de afirmar que existe alguma chance, remota que seja, dessa ficha ter sido originada pelo escaneamento de um documento físico. Mas a Folha não precisa gastar dinheiro com especialistas. É bem possível que qualquer estagiário do departamento de arte do jornal seja capaz de desmascarar esse engodo.”



Fonte: Portal Luis Nassif