Orlando: investimentos na Copa 2014 trarão benefícios para todos
Em entrevista ao Vermelho, o ministro do Esporte, Orlando silva, rebate a informação de que os gastos do governo federal com a Copa do Mundo de 2014 são gastos supérfluos diante dos problemas sociais que o Brasil enfrenta. ''Esta injeç
Publicado 08/07/2009 19:15
Gostaria de um comentário do ministro sobre a vitória brasileira na Copas das Confederações, na África do Sul. A Seleção encontrou o rumo?
A seleção brasileira é um grande time, formado por alguns dos melhores jogadores de futebol do mundo e o técnico Dunga, além de muita competência, exerce grande liderança sobre os jogadores. É um time com condições de vencer qualquer campeonato que disputar.
Em relação à Copa no Brasil, em 2014 – como será a divisão dos investimentos entre as esferas federal, estaduais e municipais?
Nosso objetivo agora, depois que a FIFA anunciou as cidades-sede, é firmar uma matriz de responsabilidades onde o Governo Federal, estados e municípios dirão exatamente onde e como irão investir os recursos necessários. Estes projetos terão que ser sustentados por cada um dos entes. O que já temos como certo é que o governo federal não irá pagar construção ou reforma de estádios.
Quais serão as prioridades nos investimentos? Há quem diga que são gastos altos e não prioritários, já que faltam investimentos sociais (hospitais, creches, etc).
A realização de um evento como a Copa do Mundo é um acelerador de investimentos. Serão prioridades para o Governo Federal obras de infraestrutura, reforma e construção de portos, aeroportos, sistema viário, telecomunicações, saúde, segurança pública entre muitos outros, teremos também muitos investimentos da iniciativa privada circulando por todo o país. Esta injeção de recursos, além de beneficiar o país como um todo e não só os locais onde acontecem os jogos, traz emprego, renda e crescimento econômico, o que reverte instantaneamente em benefícios públicos para todos.
Quanto o governo federal prevê gastar?
Há cerca de um ano atrás, foi assinado no Palácio do Planalto, com a presença do Presidente Lula, um acordo de cooperação técnica entre o governo, a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (ABDIB) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Neste acordo foi feito um mapeamento dos investimentos em infra-estrutura necessários para a realização da Copa do Mundo no Brasil. A partir disso, será assinada a matriz de responsabilidades que me referi acima. Nos próximos três meses acredito que poderemos saber exatamente quanto vai custar a Copa no Brasil.
Como serão os investimentos do governo federal?
Existem vários setores que são de responsabilidade exclusiva do governo, como saúde e segurança pública, por exemplo. Vários outros, como a mobilidade urbana, reforma e construção de portos, aeroportos, energia elétrica, telecomunicações, saneamento básico etc. podem ser feitos em parceria com a iniciativa privada. Uma parte grande dos recursos para a Copa, no entanto, já está garantida através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da mobilidade urbana.
Os investimentos na copa ajudam a combater a crise econômica?
Sem dúvida alguma. Se analisarmos os números da Copa da Alemanha, de 2006 e da África do Sul, no próximo ano, podemos perceber um crescimento nítido. Na Alemanha a estimativa de crescimento do PIB é de 8 bilhões de euros entre 2003 e 2010. Já na África do Sul espera-se uma injeção de 3,5 bilhões de dólares no PIB. Cada país reage conforme a sua capacidade econômica e o Brasil deve ter um resultado muito positivo também.
Quais são as chances do Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2016? Elas decorrem do sucesso do Pan?
Eu acho que o Rio de Janeiro será a sede das Olimpíadas de 2016 por várias razões. Nunca tivemos os jogos na América do Sul, hoje temos uma situação econômica confiável e uma situação política estável. Além disso, com a realização dos jogos Pan e Parapan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007, mostramos vontade governamental e capacidade para realizar grandes eventos. Contará para isso também o empenho e reconhecimento internacional do presidente Lula.