Encerrada Olimpíada dos Povos Indígenas

A VI edição reuniu índios de 17 etnias para disputar modalidades esportivas, tanto indígenas quanto as de outras culturas

Terminou, ontem, ne município, mais uma edição dos Jogos Indígenas do Ceará. O evento foi realizado de 9 a 12 de julho, pela Secretaria de Esportes do Estado, com parceiros multilaterais e apoio da Prefeitura de Pacatuba. Nesta sexta edição, participaram 661 índios de 17 etnias diferentes que estão distribuídas em 13 municípios cearenses. Os índios participaram de oito modalidades esportivas, algumas herdadas dos povos indígenas e outras adquiridas pela cultura do homem branco.


 


Segundo o secretário de Esportes do Estado, Ferrucio Feitosa, “os jogos permitem a integração e a promoção dos povos indígenas, que expressam na competição a riqueza e a variedade de suas tradições, costumes, expressões corporais, entre outros valores”. A garantia está expressa no inciso IV do artigo 217 da Constituição Federal do Brasil preceitua a promoção do encontro e do intercâmbio esportivo-cultural entre os diferentes povos indígenas do País.


 


Na abertura dos jogos, ocorrida na tarde da última quinta-feira, na Praça da Juventude, o marco foi o momento em que os índios acenderam a Pira Olímpica. Trata-se do fogo sagrado dos jogos olímpicos, como forma de manter a tradição na abertura do evento. Ritual simbólico que mostra o espírito de pureza que deve existir nos jogos. Na ocasião, o prefeito José Franklin Cavalcante (Zezinho Cavalcante) e o secretário de esportes de Pacatuba, Sinésio Filho (Mano), deram boas vindas a todas as delegações. “É muito importante receber os vocês (índios) aqui. E peço aos pacatubanos que provem mais uma vez a sua hospitalidade e tratem os nossos visitantes da melhor maneira possível”, comentou o prefeito.


 


Conduta


 


Durante os três dias de jogos, em meio ao futebol, ao arco-e-flecha, ou ao arremesso de lança, entre outros, as tribos deram um exemplo de conduta, organização e conhecimento de quem realmente sabe competir, respeitando os próprios limites. É o que provam as palavras da representante dos Pitaguarys de Pacatuba, Ana Cléscia. “Eu estou arrepiada. Esse é um momento de confraternização, no qual a gente se reúne e se abraça. E mais que uma competição, é uma festa. A gente torce não só pela nossa etnia, mas pelas outras também”, ressalta. Os Pitaguarys foram representados por 60 atletas.


 


Nesta edição, os índios Tapeba, de Caucaia, chegaram com a maior delegação esportiva, 100 atletas, e defendiam o bicampeonato geral da competição. Na edição anterior, ocorrida em Monsenhor Tabosa, os Pitaguarys de Pacatuba conquistaram o segundo lugar com vitórias nos Arco e Flecha e Cabo de Guerra.


 


Adornados com óleo de massaranduba, chocalhos, penas na cabeça e cocares de penas vermelhas e azuis, os índios movimentaram os três dias na cidade. Os jogos aconteceram em escolas, no estádio de futebol Alberto Sobrinho (O Betão) e no açude do Piripau. Um cenário onde a natureza é o principal destaque.


 


Etnias


 


Além dos Pitaguarys de Pacatuba e dos Tapebas de Caucaia, participaram dos jogos os Anacé, de Caucaia; os Potiguara, Gavião e Tabajara, de Monsenhor Tabosa; os Jenipapo-Kanindé, de Aquiraz; os Kalabaça e Potiguara, de Cratéus; os Kalabaça e Tabajara, de Poranga; os Kanindé, de Aratuba e Canindé; os Pitaguary, de Maracanaú; os Potiguara, de Novo Oriente e de Tamboril; os Tabajara, de Quiterianópolis; e os Tremembé de Almofala, do município de Itarema.