Deputada critica uso eleitoreiro da CPI da Petrobras

A deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez duras críticas ao tom “eleitoreiro” que se pretende adotar na CPI da Petrobras, prejudicando obras importantes pelo país. Ela fez referência a iniciativa

Segundo a parlamentar, não custa lembrar que 1999 um ex-governador do Amazonas, com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ignorou a Petrobras e quis entregar o transporte do gás do Urucu para American Commerce Lines International, empresa norte-americana falida.


 


 


“Conseguimos na Justiça derrubar essa negociata. Portanto, considero-me parceira da Petrobras e defensora da apuração de todo e qualquer tipo de irregularidade, como já vem fazendo o Tribunal de Contas da União (TCU), mas não poderia deixar de criticar o caráter eleitoreiro da CPI. Um palanque que pode sair caro para a oposição”, disse a deputada, que foi uma das autoras da Ação Popular na Justiça Federal.


 


 


Ela afirmou que a oposição trabalha ardilosamente para enfraquecer o Governo Lula e de tabela paralisar os investimentos no país. “Para se ter idéia, dos atuais R$ 600 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 240 bilhões são da Petrobras. Ou seja, 40% dos investimentos do PAC são de responsabilidade da estatal”, argumentou.


 


 


Na sua opinião, o imbróglio em torno da CPI já causou danos. “Estão paralisados, por exemplo, os debates em torno da exploração da camada pré-sal, cuja proposta de marco regulatório aguardamos no Congresso Nacional.”


 


 


Sobre os custos da obra, Grazziotin disse que os dados já foram exaustivamente divulgados pela Petrobras após a publicação de matérias em jornais de circulação nacional. Segundo a estatal, foi adotada metodologia inédita no Brasil para o transporte dos tubos, sendo necessário o uso de aeronaves especiais vindas do exterior devido as condições adversas na região como tipo de solo, clima, acesso, entre outros problemas.


 


 


A nova metodologia, como explicou a empresa, tornou possível trabalhar tanto na época de cheia quanto de vazante na construção de alguns segmentos do gasoduto. Contribuíram também para a elevação do investimento o aumento de custos no fornecimento de bens e serviços utilizados na construção do gasoduto decorrentes do aquecimento do mercado durante o período.


 


 


Quanto aos valores da obra, a Petrobras também informou que “o contrato de fornecimento de gás estabelece a criação do Comitê de Revisão da Parcela de Transporte, composto por oito membros, sendo três da Petrobras, três da Manaus Energia e dois da Cigás. A evolução dos custos do empreendimento é apresentada no âmbito do comitê que, até o momento, não emitiu nenhum relatório.”


 


 


O senador tucano ainda destaca um aditivo contratual no valor de R$ 200 milhões, que estaria sendo negociado entre a Petrobras e o consórcio Consag, responsável pela construção do gasoduto Coari e Anamã. “No momento não há previsão de aditivo contratual”, responde a estatal.


 


 


De Brasília,


Iram Alfaia


 


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