Europeus orientais 'aconselham' Obama a 'evitar' Rússia
Mais de duas dezenas de políticos da Europa Oriental, entre eles ex-presidentes e antigos ministros, em carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aconselharam Washington a “evitar” concessões “errôneas” à Rússia, porque, segundo eles
Publicado 16/07/2009 18:18
“A Rússia está de volta como potência revisionista, que usa táticas e métodos do século 21 para perseguir objetivos do século 19. A nível global, a Rússia se converteu em uma potência do status quo na maioria dos assuntos, mas age cada vez mais como potência revisionista com os vizinhos e a nível regional”, destacam os autores da carta, entre os quais estão Vaclav Havel (República Tcheca), Lech Walesa, Alexander Kwasniewski (ambos da Polônia), Valdas Adamcus (Lituânia), Michal Kovac (Eslováquia) e Vaira Vike-Freiberga (Letônia).
A mensagem, veiculada pelo jornal diário polonês Gazeta Wyborcza, acusa Moscou de “aproveitar” de forma oculta ou explícita “armas econômicas que vão desde o bloqueio energético e os investimentos politicamente motivados aos subornos e à manipulação dos meios de comunicação, para promover seus interesses e desafiar a orientação transatlântica da Europa Central e Oriental”.
Otan “fraquinha”
A Otan, na opinião desses políticos, “parece hoje mais fraca do que era”, quando algumas nações do centro e do leste da Europa se incorporaram ao Pacto Militar do Atlântico Norte. Os políticos confessam que viram “com profundo mal-estar” como a “aliança atlântica se dividia, enquanto a Rússia cometia uma violação dos princípios básicos da Ata Final de Helsinque”, durante a guerra de agosto passado entre Rússia e Geórgia.
Os autores da mensagem deploram que seus países, outrora uma “voz pró-atlântica na União Europeia”, tenham deixado de estar no centro da política externa dos EUA.
Expressam, na carta, seu apoio ao plano dos EUA de instalar sistemas anti-mísseis na Polônia e na Tchéquia, ao sublinhar que “é necessário reduzir a dependência europeia” em relação ao fornecimento de recursos energéticos a partir da Rússia. Defendem também o “renascimento” da Otan como o vínculo de segurança “mais importante” entre a Europa e os Estados Unidos e sugeriram que a União Europeia e a Otan “trabalhem em conjunto”.