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Líderes comemoram independência da Bolívia

Com a presença de presidentes de vários países da região, a capital da Bolívia, La Paz, se converte, nesta quinta-feira, em um centro de integração latinoamericana. O local será palco da celebração pelo bicentenário do primeiro grito libertário da Amér

Vários líderes e delegados governamentais de vinte países já chegaram à Bolívia para o evento encabeçado pelo presidente indígena Evo Morales. Ao desembarcar, Rafael Correa, do Equador, afirmou quea ''chama de liberdade que o líder da independência Pedro Domingo Murillo acendeu não se apagou''.

De acordo com ele, a América Latian luta agora por sua segunda  independência. ''Algumas vezes debilitaram a nossa região, uma larga e triste noite neoliberal. O grande desafio que temos é seguir construindo e lutando por essa segunda e definitiva independência''.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi na mesma linha, ao chegar à Bolívia. Segundo ele, o bicentenário da revolução em La Paz repercutirá a ''autonomia, soberania e independência no continente'', em meio às mudanças de paradigmas no século XXI. ''Queremos que nossas nações fomentem a unidade, a integração, a equidade e a igualdade de nosso povos'', colocou.

A chegada da chanceler de Honduras, Patrícia Rodas, provocou especial comoção na Bolívia. Ela chegou a La Paz acompanhada do presidente venezuelano Hugo Chávez. Patrícia representa o governante deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no evento, e encabeça uma campanha internacional contra o golpe em seu país, que se estende desde o dia 28 de junho, apesar da pressão interna e internacional.

''Estamos em plena batalha por nossa independência e ninguém poderá interromper nosso caminho. Por mais que gorilas e impérios nos ameacem, por mais que as oligarquias existam, não poderão deter o curso de uma nova história'', disse Chávez em referência ao golpe de Honduras e à influência norte-americana na região.

''Além do bicentenário, obviamente a situação de Honduras estará no centro das discussões dos presidentes que nos visitam'', disse nesta quarta-feira a jornalistas o deputado Jorge Silva, um líder legislativo muito próximo a Morales.

Abertura

A abertura das comemorações aconteceu, na quarta-feira, com a realização de uma inédita cerimônia inter-religiosa. Representantes católicos, evangélicos, bahais, judeus, islâmicos e de povos inígenas mostraram que tais comunidades declaram a unidade.

O sacerdote católico Xabier Albó afirmou que a cerimônia é uma passo a mais que dão os bolivianos em busca de seu reconhecimento como nação plurinacional. Todos os oradores concordaram que a religião não deve ser motivo de confrontação entre os povos, mas de fortalecimento da unidade nacional.

Durante as homenagens, o presidente Evo Morales afirmou: ''Essa é uma luta permanente. Analisando que estivemos submetidos a políticas de racismo e de discriminação, 200 anos depois não de pode entender que haja estas políticas de advertência, que tentam intimidar por quaisquer meios, e políticos que tratam de se servir do povo'', defendeu Morales, o primeiro indígena a se tornar um chefe de Estado na Bolívia.

A independência da República da Bolívia foi proclamada definitivamente em 10 de julho de 1825, em um congresso celebrado em Chuaquisaca. Em 18 de maio de 1968, Simon Bolívar firmou, em Lima, um decreto de reconhecimento da independência da Bolívia por parte do Peru.

Com ABN e ABI