Colômbia e EUA negociam acordo militar
Os Estados Unidos e a Colômbia estão prestes a assinar um acordo para que mais militares norte-americanos se instalem no país latino. A iniciativa provocou críticas dos vizinhos esquedistas. O acordo prevê que 800 militares e 600 civis
Publicado 17/07/2009 13:27
A confirmação das negociações com EUA concide com o encerramento, nesta sexta-feira, das atividades da única base militar americana formalmente instalada na América do Sul, a de Manta, no Equador.
O ministro da Defesa da Colômbia, general Freddy Padilla, negou que os incidentes estejam relacionados e disse que se trata de ''um sistema de cooperação mederno''. O presidente Álvaro Uribe afirmou que ''obter acordos com países como os Estados Unidos a fim de que, com todo o respeito à Constituição colombiana e à autoinomia do país, nos ajudesm nesta batalha contra o terrorismo e o tráfico de droga, é da maior conveniência para o país.''
Por seu lado, o Conselho de Estado manifestou preocupação com a decisão e pediu uma explicação pelo fato de o governo não ter consultado o Congresso. A oposição qualifica o acordo como uma violação à soberania. O pré-candidato presidencial pelo Partido Liberal qualificou a medida como ''um erro diplomático''.
O senador de esquerda do Pólo Democrático Alternativo afirmou que o acordo converte os colombianos em ''peões na estratégia militar da Casa Branca pelo controle do mundo. Uma ação hostil aos países vizinhos e contrária à consituição''.
A Colômbia, que já é a maior receptora de ajuda militar dos Estados Unidos fora do Oriente Médio, tem dito que as bases não serão americanas, já que Bogotá teria o controle das operações.
Segundo o governo de Álvaro Uribe, os EUA investirão até US$ 5 bilhões em instalações militares que serão herdadas pela Colômbia, além de terem o compromisso de compartilharem informações de inteligência. O acordo incluiria visitas ''mais frequentes'' por navios americanos em duas bases navais do Caribe.
O anúncio do acordo foi marcado pelos esforços do governo Uribe para amenizar desconfianças regionais. Mesmo assim, os vizinhos rechaçaram a medida. O general Freddy Padilha repetiu várias vezes que das bases não partirão missões “que projetem força em direção a outros países”.
No começo de abril, contudo, um documento das Força Aérea dos EUA, apresentado em um seminário militar no Alabama, citava que a base de Palenquero poderia se transformar em um ponto de partida para operações de longo alcance.
Cebrapaz
A intervenção norte-americana na América Latina e a luta de movimentos sociais e forças políticas para combatê-la tem sido tema das discussões do Centro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz). A entidade, que realiza nos próximos dias 24, 25 e 26 a sua Assembleia Nacional, tem colocado como eixo dos debates a integração no continente e o combate à Quarta Frota militar norte-americana.
Com agências
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