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Reforma universitária e eleições 2010: lutas futuras da UNE

A pressão para garantir a aprovação da reforma universitária que está em tramitação no Congresso e a participação das eleições de 2010 para interferir na vitória de um projeto que garanta mais investimentos para educação são as duas frentes de luta que

A grande participação dos estudantes, com cerca de oito mil jovens, de 92% das instituições universitárias, e a presença do Presidente Lula no evento, foi apontado pela presidente da UNE, Lúcia Stumpf, como duas grandes vitórias do evento.



''Foi um congresso vitorioso, com oito mil estudantes, representando quatro milhões de estudantes brasileiros de 92% das universidades, e recebemos, pela primeira vez, um Presidente da República, que se dispôs a vir ao evento receber das nossas mãos não apenas aplausos, mas nossas reivindicações sobre qual a universidade que queremos, qual política econômica que queremos para o Brasil”, disse a dirigente estudantil, destacando ainda a realização da passeata dos estudantes em favor da Petrobras.



Segundo ela, a passeata demonstrou a força da juventude e o desejo de que a riqueza do pré-sal não seja usada por grupos estrangeiros e capital privado, mas que seja investido na educação e saúde.



A UNE também vai manter sua luta em favor de uma reforma política que garanta maior participação dos jovens e acabe com o privilégio do capital nas eleições. Na avaliação dos estudantes, apresentado pela líder estudantil, o problema do Congresso não é de uma ou outra pessoa. “Se queremos um congresso que represente o povo brasileiro, é preciso lutar por uma reforma política com financiamento público de campanha, fidelidade partidária e a democratização do ingresso no Parlamento, que é dominado pelas elites.”



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A UNE deve estar presente no pleito de 2010 com a elaboração de um projeto de País que será encaminhado a todos os candidatos, com garantias de aprofundamento das mudanças, com mais investimentos para educação e mais políticas públicas para a juventude.



A entidade estudantil, que não se compromete com nenhum candidato, mas com projetos políticos, vai realizar um plebiscito, no próximo ano, para saber qual atitude tomar com relação às eleições presidenciais a partir da posição dos estudantes brasileiros.



Também foi aprovada a organização da um conselho fiscal e editorial, que permita um acompanhamento da sociedade civil dos gastos e materiais informativos da entidade, “ampliando a transparência do gerenciamento de seus recursos e de seu material informativo”, explica Lúcia Stumpf.



Dinheiro para quê?



Ela aproveita a oportunidade para esclarecer que os recursos públicos recebidos pela entidade, que gerou matérias maldosas na grande mídia, não são repassados pelo governo federal, são, na verdade, oriundos de emendas parlamentares, recursos públicos garantidos pelos parlamentares, destinados para atividades políticas e culturais da UNE.


 


Em uma rápida prestação de contas, ele cita dois exemplos dos gastos. A realização da 6a Bienal de Arte e Cultura da UNE, que aconteceu em janeiro deste ano, em Salvador (BA), e que representa o maior palco de mostra cultural da juventude brasileira, que não tem espaço nos grandes teatros, museus, cinemas do País para mostrar sua produção artística.



E a Caravana da Saúde, que percorreu o País, e em todos os estados da federação, fortaleceu o debate sobre a necessidade de mais recursos para a saúde pública e a discussão de temas como a descriminalização do aborto e das drogas, duas grandes bandeiras de luta da juventude brasileira.



De Brasília
Márcia Xavier