Obama: 'Reforma da saúde é vital para resgatar economia'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu sua prometida reforma do sistema de saúde, que qualificou de indispensável para reconstruir a economia do país.
Publicado 23/07/2009 17:06
O presidente, em sua quarta coletiva de imprensa no horário noturno na Casa Branca, pediu urgência ao Congresso, para que este apresente com rapidez um projeto de lei que garanta cobertura médica a dezenas de milhões de americanos.
“Aprovaremos a reforma que reduza os custos, promova as opções e outorgue cobertura com a qual todo estadunidense possa contar. E o faremos este ano”, disse Obama, que colocou a reforma da saúde como uma das principais promessas de sua campanha em 2008.
“Enquanto resgatamos a economia de uma crise de grandes proporções, devemos reconstrui-la mais forte que antes. E a reforma do sistema de saúde é um ponto vital nesses esforços”, afirmou.
Os republicanos mostraram repúdio ao argumentar que o plano seria muito oneroso. Mesmo assim, muitos democratas se mostram pouco convencidos de apoiar uma lei que implicará em novos impostos, quando a crise econômica segue sem dar sinais que vai desvanecer, ampliando ainda mais o desemprego.
Vários parlamentares conservadores dizem que Obama trabalha a favor de um sistema de saúde gerenciado pelo governo, indo em detrimento das empresas privadas do setor.
Obama, que afirma que a reforma significará uma grande economia para o país a longo prazo, insistiu que deseja que a nova lei do sistema de saúde seja aprovada antes do recesso do Congresso em agosto. “Se alguém não puser alguma data limite nesta cidade, as coisas não acontecem”, insinuou.
“Permitam-me ser claro: se não controlamos estes custos, não poderemos controlar nosso déficit. Se não reformamos o sistema de saúde, nossas despesas e gastros próprios continuarão aumentando vertiginosamente”, disse.
“Se não fizermos algo a respeito, 14 mil americanos perderão diariamente seu plano de saúde. Essas são as consequências da inação”, disse o presidente dos Estados Unidos, país onde 47 milhões de pessoas (15% da população) não tem nenhum plano de saúde.
A ofensiva de Obama se dá no momento em que uma pesquisa do diário americano USA Today, feita pela Gallup, revela que a enorme popularidade de Obama pode estar começando a cair, perante o pessimismo dos estadunidenses, que se perguntam quanto tempo mais durará a crise.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse na terça-feira que os republicanos trabalham com os democratas para chegar a um projeto de lei que satisfaça ambas as partes.
Gibbs criticou os parlamentares que, segundo ele, fazem “jogo político”, com a ideia de conduzir a reforma da saúde a um fracasso para dar um duro golpe no governo de Obama.
“Esse debate não é um jogo para esses americanos, e eles não podem dar-se ao luxo de esperar mais pela reforma. Contam conosco para que resolvamos isso. Contam que exerçamos a nossa liderança. E não podemos decepcioná-los”, finalizou o porta-voz.