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Paquistão pede mais ajuda militar aos EUA

O primeiro ministro do Paquistão, Iussuf Raza Gilani, solicitou aos Estados Unidos informação de inteligência em tempo real, tecnologia dos aviões controlados remotamente e outros sistemas bélicos, disse nesta quinta-feira (23) o diário The Nation.

Gilani fez o pedido quando se reuniu, na quarta-feira, em Islamabad com o enviado especial de Washington para o Afeganistão e o Paquistão, Richard C. Holbrooke, com o argumento de que ajudará seu governo a combater a resistência islâmica sem depender dos ataques controlados remotamente pelos americanos.



O The Nation assinala que as autoridades paquistanesas solicitaram anteriormente o acesso a essa modalidade de ataque bélico para realizar seus próprios ataques aéreos e evitar, assim, a oposição pública que os bombardeios americanos com aeronaves não tripuladas geram regularmente.



Essas incursões por parte dos Estados Unidos na região tribal fronteiriça com o Afeganistão obstruíram seriamente o papel do Paquistão de erradicar a militância extremista e o terrorismo na área, segundo afirma um comunicado do escritório do primeiro ministro, citado pelo jornal americano.



O The Nation indica que analistas militares paquistaneses duvidam que Washington concorde em ceder a Islamabad o acesso à essas tecnologias, por serem extremamente avançadas e que ainda não foram compartilhadas com outros aliados.



O pedido de ajuda militar tem sido uma constante nas relações entre Islamabad e Washington, mas meios diplomáticos advertiram que as preocupações aumentaram depois que a secretária de Estado Hillary Clinton assinou um acordo em Nova Delhi, aumentando as vendas de armas para a Índia.



O novo pacto militar indo-americano, selado na última segunda-feira, provavelmente desatará numa nova corrida armamentista entre o Paquistão e a Índia, disse um diplomata paquistanês ao The Nation, com a condição de permanecer no anonimato.



Na reunião, Gilani também manifestou a Holbrooke a preocupação de seu governo pela ofensiva das forças americanas no sul do Afeganistão, que pode provocar a passagem pela fronteira de milhares de rebeldes afegãos.