Sarney descarta renúncia e promete ir à ofensiva
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que se encontra isolado na ilha do Curupu, no Maranhão, mandou avisar que não irá renunciar após o episódio em que o Estadão divulgou uma gravação telefônica, feita pela Polícia Federal, onde o se
Publicado 23/07/2009 16:17
Em nota, o advogado de Fernando Sarney, Eduardo Ferrão, diz que a gravação se trata “da divulgação mutilada de trechos de longas conversas telefônicas mantidas entre familiares''. A divulgação dos diálogos, segundo a nota, é inconstitucional pelo fato das conversas estarem sob segredo de Justiça.
Aos aliados, Sarney teria confidenciado que não vai tolerar o que ele chama de uma campanha da mídia, liderada pelo Estadão, para tirá-lo cargo por causa do apoio que presta ao Governo Lula. Ele aposta no apoio do seu partido e do presidente para iniciar a ofensiva.
Como o clima é de confronto, o PMDB promete transformar em fatos as ameaças que até então vem fazendo nos bastidores aos principais críticos de Sarney. O alvo predileto será o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que manteve um funcionário do seu gabinete sem trabalhar no exterior. O tucano também teria emprestado US$ 10 mil do ex-diretor-geral Agaciel Maia, um dos acusados pelas nomeações irregulares no Senado.
No partido é consensual a hipótese de que Sarney saindo do cargo, ou até mesmo perdendo o mandato, não irá sozinho. Um dos principais aliados dele, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) considera que tratar de nomeação para cargos de confiança é normal no parlamento.
O senador mineiro não esconde que aproveita o recesso para estudar todos os atos da Mesa Diretora em pelo menos dez anos. “É só o pessoal começar a falar no conselho, e eu vou abrir o meu bookzinho”, revela à coluna Painel da Folha.
Conselho de Ética
Por causa das últimas revelações, os senadores Cristovam Buarque (PDT) e Pedro Simon (PMDB) querem antecipar a reunião do Conselho de Ética programada para o dia 5 de agosto. Os parlamentares mobilizam os colegas para fazer o encontro já no final de semana.
Eles solicitaram a antecipação oficialmente ao presidente do Conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que diz não ter autonomia para convocar uma reunião do colegiado antes do recesso parlamentar.
De Brasília,
Iram Alfaia
Com informações de agências