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Para Ministério, cultura não pode ser encarada como negócio

O chefe da Representação do Ministério da Cultura (MinC) no Rio de Janeiro, Adair Leonardo Rocha, afirmou que, do ponto de vista conceitual, a idéia da cultura como um grande negócio não é correta. Segundo ele, a cultura é muito mais do que isso. Por i

Rocha destacou a importância do Vale Cultura, lançado na semana passada pelo Governo Federal. Inicialmente, o Vale Cultura será distribuído a 2 milhões de trabalhadores. O cartão terá valor mensal de R$ 50 para gastos em cultura. E acrescentou que, do ponto de vista da formação do público e da produção das artes, o cartão vai trazer uma mudança enorme, porque promoverá uma grande circulação de dinheiro no país.


 


O chefe da representação do MinC frisou que o Plano Nacional da Cultura que vem sendo formatado pelo governo vai estabelecer critérios claros de participação da União, estados e municípios no direcionamento de verbas para a cultura. Isso vai ampliar em muito as verbas orçamentárias da cultura. “Então, é cultura como expressão simbólica, como cidadania e como economia”, afirmou.


 


Para ele, quanto mais acesso da população à cultura mais a renda do setor aumenta, da mesma forma que o consumo. Reconheceu que o aspecto da cultura como economia tem sido pouco trabalhado no Brasil. A política de aumento dos pontos de cultura em nível nacional vai nessa direção. Cada ponto de cultura com as três cotas que recebe da União, estados e municípios, no total de R$ 160 mil, é um gerador de emprego direto e vai fortalecendo a linguagem específica de cada grupo.


 


Preços


 


Em parceria com o MinC, a Fundação Getulio Vargas está desenvolvendo um índice de preços específico que dará uma visão mais aprofundada ao governo do mercado cultural brasileiro. “É um mercado que você não tem estatísticas confiáveis sobre ele”, afirmou o editor da revista Conjuntura Econômica, da FGV, Cláudio Conceição. A expectativa é que o novo índice seja divulgado em setembro próximo. Ele vai abranger preços de atividades e produtos ligados à cultura, como cinema, teatro, circo, livros.


 


A idéia básica é balizar os projetos que chegam à Lei Rouanet, disse Cláudio Conceição. Segundo ele, as pessoas encarregadas de analisar e aprovar os projetos que buscam patrocínio federal por meio da Lei Rouanet não têm muita noção do custo de vários itens incluídos em projetos culturais. O novo indicador de preços da FGV servirá para ajudá-los nessa tarefa. “Uma viagem de barco na Amazônia para a produção de um documentário sobre populações ribeirinhas, por exemplo, não tem um parâmetro estabelecido”, citou.


 


Então, a gente vai desenvolver um índice mais geral e depois vai começar a segmentar. A partir do índice, os analistas terão mais elementos para verificar se os custos dos projetos estão corretos e se determinados gastos apresentados devem ou não ser cortados. A cultura vem crescendo no Brasil e ganhando qualidade nos últimos anos, mas ainda não existem estudos sobre o que ela representa na formação do PIB.


 


A informação é da Agência Brasil