De volta a Sucre, Evo Morales pede unidade nacional

O presidente da Bolívia, Evo Morales, retornou emocionado, nesta quinta-feira (06), à capital constitucional da Bolívia, Sucre, após dois anos de duros embates com líderes regionais. Durante comemoração pelo aniversário da Independência da Bolívia, ele pediu união em benefício da pátria.

Evo Morales no 183º aniversário da Bolívia

Uma multidão de manifestantes, principalmente camponeses, festejou Morales e transformou em celebração proselitista um desfile em comemoração à independência nacional na cidade de Sucre, depois que o governante de origem indígena pronunciou uma mensagem ante o Congresso Nacional.

Gritos de ''Evo amigo, Sucre está contigo'' se sobrepuseram às marchas militares que acompanharam o desfile, que transcorreu em meio a fortes medidas de segurança. O evento marcou um contraste com as mobilizações de oposição com nuances racistas que, nos dois anos anteriores, impediram a chegada de Morales ao que foi um dos baluartes de sua primeira vitória eleitoral em 2005.

O mandatário, que tentará a reeleição em 6 de dezembro, pediu união em um discurso de menos de uma hora na frente do Congresso, no ato principal em comemoração aos 184 anos de independência boliviana.

''O melhor que podemos fazer em homenagem a esta Pátria é todos nos unirmos, nos juntarmos e pensarmos de forma igual pelos bolivianos e bolivianas (…) ainda que sempre haverá diferenças,'' disse Morales, emocionado, prometendo aprofundar as mudanças promovidas para estatizar a economia e conferir mais poder à maioria indígena.

''Falta muito para nos entendermos, nos unirmos e trabalharmos por essa querida pátria'', afirmou ele. ''Há grupos que nunca aceitam que os outros podem melhorar, que não permitem que haja igualdade entre os bolivianos, que sempre monopolizam tudo'', discursou, para, em seguida, propor a união.

A prefeita e a administradora de Sucre, de oposição, apesar de terem dito que não compareceriam, por fim assistiram à sessão do Congresso em sinal de aproximação a Morales, que impulsionou uma recente mudança constitucional pela qual a Bolívia passou definir-se como Estado Plurinacional.

A quatro meses das eleições de dezembro, Morales pediu que a oposição trabalhe com propostas políticas em vez de buscar a desestabilização do ''processo de mudança'', o qual assegurou ''não ter marcha à ré''.

No discurso, ele afirmou ainda que a Bolívia ''vai bem'', principalmente no âmbito econômico, graças às políticas redistributivas e à recuperação de recursos naturais e empresas estratégicas feitas pelo seu governo.

Para o presidente, a democracia boliviana ''avança e se aprofunda'', apesar de alguns ''antipatriotas tentarem frear o processo de mudança''.

O presidente boliviano lamentou que no país ainda existam grupos ''que vêm das ditaduras e que não respeitam a democracia''. No entanto, os encorajou a se juntar ao processo de mudança para garantir a igualdade de todos os bolivianos.

O presidente pediu um aplauso para as Forças Armadas ''democráticas'' do país, que segundo ele não se deixaram arrastar para um golpe de estado.

Com agências