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Cristina Kirchner anuncia programa para criar 100 mil empregos

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, anunciou nesta sexta-feira (14) um programa social que criará 100 mil postos de trabalho em cooperativas, que, em sua primeira etapa, demandará um investimento de US$ 389 milhões. O anúncio foi feito um dia depois de o governo obter uma importante vitória no Congresso, com a aprovação da prorrogação, por um ano, das chamadas 'faculdades delegadas' ou 'poderes especiais', que concedem autonomia ao Executivo para, entre outras medidas, fixar impostos sem precisar do aval dos parlamentares.

Em um ato na sede do Governo, nesta quinta, que foi transmitido pela cadeia nacional de rádio e televisão, a líder de Estado explicou que a fase inicial do programa social será aplicada na malha urbana ao redor de Buenos Aires, que apresenta altos índices de pobreza e desemprego.

"Mas a ideia é abrir, posteriormente, novos períodos em outras regiões do país de alta vulnerabilidade social", disse Cristina, acompanhado pela maioria de seus ministros e prefeitos da Grande Buenos Aires.

Cristina afirmou que a iniciativa tem o objetivo de criar centenas de cooperativas sociais que trabalhem em obras de saneamento básico e abastecimento de água, infraestrutura urbana e comunitária, manutenção de espaços verdes e construção de casas.

A presidente disse ainda que o programa será aprovado pela Universidade Tecnológica Nacional e não tem o objetivo de "retirar o emprego dos que já têm, mas será destinado aos desempregados".

"Lançamos o plano para abordar o problema da pobreza através da criação do emprego, que é o melhor antídoto", afirmou Cristina. No entanto, disse que o problema na Argentina "não é a pobreza, mas a desigualdade social e a má distribuição de renda".

A taxa oficial de desemprego na Argentina foi de 8,4% no primeiro trimestre de 2009, o que significa que, entre janeiro e março, 948 mil pessoas não tinham emprego.

Vitória no Congresso

Com a prorrogação dos poderes especiais, que permite ao Executivo legislar em parte da área econômica sem consultar o Congresso, o governo poderá estender a taxação da exportação de grãos, que foi imposta no ano passado para aumentar a arrecadação federal, e terminou por gerar forte onda de protestos no setor do agronegócio. A proposta de manter as faculdades delegadas ainda vai, contudo, para o Senado, onde é esperada a aprovação, antes de entrar em vigor.

O governo – que com essa votação na Cãma passou pelo seu primeiro teste de fogo no Congresso depois da derrota sofrida nas eleições legislativas de junho, quando perdeu maioria – precisou realizar uma árdua negociação com a oposição para conseguir renovar os poderes, que venceriam em 24 de agosto.

Depois de nove horas de debate, o resultado da votação foi de 136 votos a favor, 100 contra e 7 abstenções. Se aprovado no Senado, o projeto garantirá ao governo US$ 8 bilhões em receitas extras por ano.

O líder do bloco governista no Congresso, Agustín Rossi, questionou duramente a investida da oposição contra a prorrogação das faculdades delegadas. “O debate na Argentina hoje é entre a política e as corporações. Não deixaremos que as corporações fiquem com pedaços do Estado", disse.

Com agências