Presidente da Assembleia gaúcha aceita pedido de CPI da Corrupção

O governo terá oito integrantes na CPI contra quatro parlamentares da oposição.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Ivar Pavan (PT), deferiu o requerimento assinado por 39 parlamentares que pedia a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar dos atos de corrupção no governo do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB).

"Há um clamor da sociedade gaúcha para esclarecer todos os fatos. Essa é uma crise como nunca antes vista no Rio Grande do Sul", declarou o presidente da ALERS. O despacho com a aprovação do requerimento será publicado no Diário da Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira. A partir desta data, haverá prazo de cinco dias consecutivos para que as bancadas indiquem os nomes que vão compor a CPI. Das 12 vagas, duas ficarão com o PT, duas com PMDB, duas com o PP e duas com PSDB. Os partidos que terão apenas um representante são PDT, PTB, DEM e PPS. A CPI funcionará por 120 dias.

Quanto aos pedidos de impeachment da governadora Yeda Crusius, apresentados pelo Psol e pelo Fórum Permanente de Servidores Públicos, e outro solicitando o afastamento do vice-governador Paulo Afonso Feijó, originado pelo PSDB, Pavan afirma que deve haver deliberação a partir da próxima semana.

Improbidade administrativa

Nas páginas da ação por improbidade administrativa que o MPF move contra a governadora Yeda Crusius, a participação dela e dos outros oito réus é descrita com base em testemunhos, diálogos gravados com autorização judicial e depoimentos por escrito.

Das 1.238 páginas da ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), 1.046 – mais de 80% do conteúdo total – são de transcrições de conversas gravadas. A partir delas, os procuradores sustentam a tese de que nove réus, incluindo a governadora Yeda Crusius, participaram ativamente do desvio de R$ 44 milhões do Detran, revelado pela Operação Rodin, em novembro de 2007.

Interceptações telefônicas, algumas inéditas, entre envolvidos na fraude que são réus no processo criminal da Operação Rodin e conversas gravadas entre o consultor Lair Ferst e o ex-representante do Estado em Brasília Marcelo Cavalcante, que morreu em fevereiro, estão entre os principais elementos de prova apresentados.

De Porto Alegre,
Isabela Soares