Messias Pontes – A hipocrisia sem limites da mídia brasileira

Cada vez mais a grande mídia conservadora, venal e golpista brasileira se comporta como um grande partido político de direita, sem nenhum escrúpulo e sem o menor respeito pelo povo. Desde que aceitou disputar a presidência da República, em 1989, o grande adversário do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva tem sido justamente essa mídia que o demoniza sem trégua.

Cada vez mais a grande mídia conservadora, venal e golpista brasileira se comporta como um grande partido político de direita, sem nenhum escrúpulo e sem o menor respeito pelo povo. Desde que aceitou disputar a presidência da República, em 1989, o grande adversário do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva tem sido justamente essa mídia que o demoniza sem trégua.

Por ser venal, muitos esperavam que os barões da mídia – as famiglias Marinho, Frias, Mesquita e Civita – mudassem de comportamento ou pelo menos maneirassem os ataques, calúnias, injúrias e difamações contra o Presidente eleito, já que poderiam ficar, pelo menos temporariamente, sem os bilhões de reais da propaganda oficial.

Os que assim pensavam deram com os burros n’água, pois a partir da posse, em 1º de janeiro de 2003, os ataques, notadamente da Globo, se multiplicaram. Essa gente apostava no radicalismo, no sectarismo, na “incompetência” e “inexperiência administrativa”de um ex-operário sem formação acadêmica e dos partidos que o apoiavam – PT, PCdoB, PSB –, que conduziriam o País ao caos.

Essa mídia é a mesma que tudo fez para impedir o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobras, e levou Getúlio Vargas ao suicídio em agosto de 1954; que tentou infernizar a vida e o governo de Juscelino Kubitschek ; é a mesma que tentou impedir a posse de João Goulart, com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961; é a mesma que manipulou a opinião pública e ajudou a dar o golpe militar em 1964 e apoiou a ditadura até o seu fim; é a mesma que elegeu Fernando Collor de Mello – o “caçador de marajás”, e quando o Brasil inteiro estava nas ruas com os carapintadas o abandonou; é a mesma que elegeu e reelegeu o outro Fernando, o Coisa Ruim que desmontou o Estado nacional.

O objetivo dessa ditadura midiática é destruir o governo do presidente Lula e impedir o avanço das conquistas sociais, e para alcançá-lo passa por cima de tudo e de todos, até mesmo de seus ex-aliados como José Sarney e Collor de Mello. O que importa é que os neoliberais corruptos e apátridas retornem ao Palácio do Planalto para concluir o desmonte do Estado e entregar a alma ao diabo .

Os métodos são de todos conhecidos. Já dizia Roberto Marinho, capo das Organizações Globo, que o seu poder consistia não no que dizia, mas principalmente no que deixava de dizer, ou seja, na omissão da verdade. E foi usando deste poder que ele usufruiu das benesses da ditadura militar, do governo Sarney que hoje demoniza e dos traidores tucano-pefelistas. Quem se atrever a apoiar o governo Lula será implacavelmente bombardeado.

A hipocrisia é a marca registrada dessa mídia conservadora, venal e golpista. O que é contra o governo Lula é enaltecido, mas o que favorece ao Governo é demonizado ou simplesmente omitido. Os exemplos dariam para preencher um livro de 500 páginas, e o mais emblemático é a crise atual do Senado. Como o senador José Sarney teve a petulância de apoiar o governo Lula, foi transformado no inimigo número um.

O governo gaúcho da tucana Yeda Crusius é acusado, com provas concretas, de ser o mais corrupto do País. No entanto as evidências e provas concretas da corrupção não mereceram editorial ou manchete de primeira página. Luciana Cardoso, filha do Coisa Ruim, recebia mais de R$ 7 mil mensais do gabinete do senador Heráclito Forte (DEMO-PI) sem nunca ter comparecido lá, mas isso é omitido.

Renan Calheiros, por ter uma filha fora do casamento e a pensão da menina ser paga por uma empreiteira, teve de renunciar à presidência do Senado para não ser cassado. Mas o Coisa Ruim, que também teve um filho fora do casamento e a pensão é paga pela Rede Globo, ninguém fala.

Tudo hipocrisia!

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE