Guarulhos: Seminário esquenta debate sobre comunicação.

O evento teve a participação de Luiz Carlos Azenha e serviu como preparação para a I Conferência Municipal de Comunicação.

O seminário aconteceu no último sábado, 22, no auditório da Faculdade Eniac em Guarulhos. Além de especialistas, cerca de 200 pessoas, entre estudantes, movimentos sociais e sociedade civil marcaram presença.

Compuseram a mesa, além de Azenha, o jornalista e escritor Flávio Carrança, e o ex-deputado federal Orlando Fantazzini, que enquanto parlamentar coordenou a campanha, Quem Financia Baixaria é Contra a Cidadania, – o Secretário de Comunicação de Guarulhos, o mediador Valdir Carlet, além de um representante do corpo docente, completaram a mesa.

Orlando Fantazzine foi o primeiro a falar, lembrou da resistência enfrentada quando iniciou a campanha contra a baixaria na TV. “lembra do programa do ratinho, pois é, eu mandei um oficio a ele para que parasse de mostrar os rostos de crianças que teriam sido vítimas de abuso sexual, em resposta ele disse, deputado vai lamber sabão”. Como dado positivo lembrou que através da campanha conseguiu fazer com que o programa de João Cleber, que tinha quadros preconceituosos contra homossexuais e mulheres perdesse patrocínios importantes, dessa forma o programa saiu do ar.

Encerrando, Fantazzini disse que o direito a liberdade de expressão não pode se sobrepor à dignidade humana.

O Prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT) esteve presente. Em sua fala, disse ser favorável a democratização da mídia e que como homem da comunicação – ex-radialista – sentia-se envergonhado com o fato de a 8º maior economia do Brasil e cidade com 1,3 milhão de habitantes não ter um canal para divulgar sua cultura para o Brasil e para os próprios guarulhenses.

Azenha, do Blog Vi o Mundo, revelou que em 2006, as vésperas das eleições produziu uma matéria sobre o esquema que ficou conhecido como Sangue Suga – compra de ambulâncias superfaturadas- a matéria que envolvia o nome de Jose Serra foi apresentada a Globo que não quis publicá-la.“O material foi para gaveta, apurei que 80% das ambulâncias superfaturadas foram compradas na gestão de Serra como Ministro da Saúde”.

Azenha falou sobre a polêmica religião-mídia, sem tomar partido disse ser está uma questão perigosa, “se é para uma ter direito que todas tenham, Católica, Evangélica, Afro-descendente, Islâmica etc”.

Apontou o Tripé que segundo ele mantém a democracia no Brasil amarrada, “o coronelismo midiático, coronelismo político e o coronelismo da terra, boa parte de congressistas dominam os dois”.

Por fim discorreu sobre os problemas que segundo ele devem ser debatidos por toda a sociedade neste processo de conferência, “é necessário democratizar o acesso e a produção de conteúdo, rever o processo de concessão de rádios e TVs, criar agências públicas reguladoras, e melhor distribuir as verbas publicitárias do governo”. É um absurdo que de cada um real investido em propaganda pelo governo, cerca de trinta e cinco centavos vá para a globo, é dinheiro público, seu e meu, deve ser controlado de alguma forma.

No encerramento dos trabalhos, que se excederam em quase duas horas, os organizadores do evento convidaram os presentes a participarem também da Conferência que está agendada para 12 de setembro. “Este debate não é só para especialistas, todos devem participar, do jornalista ao porteiro, do político ao eleitor”, disse uma das organizadoras do evento pedindo aos participantes que voltem e tragam seus pais, amigos etc, para participar da conferência.