AL é palco de encontro sobre diversidade sexual e homofobia

Promover a auto-estima dos homossexuais e sugerir ao Estado que crie uma cartografia sobre a situação econômica, fazendo investimentos para o segmento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). Essas foram as sugestões da antropóloga Jezane Batista à deputada estadual Tânia Soares (PCdoB), que promoveu na terça-feira (25), na Assembleia Legislativa, um debate de Combate a Homofobia e respeito à diversidade sexual.

Tânia Soares na Assembleia Legislativa de Sergipe - Maria Odília (Agência Alese)

Para deputada, o debate foi extremamente proveitoso e serviu para recolher propostas para que os demais parlamentares sergipanos possam transformá-las em ações concretas de políticas públicas. Segundo Tânia, a “diversidade é condição para as sociedades avançarem. Como existe diversidade econômica e cultural, a sexual de ser tratada e discutida”.

Uma das palestrantes, a coordenadora do Centro de Referência de Prevenção e Combate a Homofobia, Cláudia Andrade, afirmou que a entidade já fez, este ano, 1.635 atendimentos em diversas áreas. Um dos exemplos foram as ajudas jurídicas – 45 – e também 70 atendimentos sociais. Cláudia lembrou que o centro foi criado há um ano e meio a partir do lançamento da campanha Brasil em homofobia, do Governo Federal, em 2004.

Cláudia Andrade defendeu a necessidade de disseminação da informação sobre os direitos humanos, um atendimento especializado e incentivo à denúncia de violação dos direitos LGBT. Já a coordenadora do Departamento de Atendimentos a Grupos Vulneráveis (DAGV), Georlize Oliveira, ressaltou que a instituição está sempre disposta a aprender com os movimentos sociais e agradeceu aos presentes que são seus parceiros no trabalho de combate a homofobia.

Georlize disse que, apesar de haver um departamento para atender grupos vulneráveis, as denúncias não chegam facilmente. Embora não tenha dados oficiais, ela acredita que “não temos 30% dos casos notificados. Há insegurança ao denunciar”. A delegada se referiu às pessoas que são vítimas, que depois voltam para residência e acabam sendo mais uma vez maltratadas porque denunciaram.

Parada
 
O presidente da Associação de Defesa dos Homossexuais de Sergipe, Marcelo Lima, convocou as pessoas presentes na audiência pública para participarem da 8ª Parada Gay que ocorrerá no próximo domingo, na praia da Atalaia. Ele lamentou que os homossexuais continuam sendo achincalhados, mas assegurou que “somos guerreiros que queremos ser reconhecidos publicamente”.

A presidente do Movimento Lésbico de Sergipe, Edinalva Monteiro, considerou um “fato histórico” discutir o tema do plenário da Assembléia Legislativa. “Vamos erguer nossa bandeira, trazendo demandas do nosso público alvo, enfrentando a lesbofobia e quebrando preconceitos”, afirmou. O Movimento Lésbico foi fundado em 29 de agosto, dia nacional da visibilidade lésbica.