Lula Morais lembra os 30 anos da Lei de Anistia no Brasil

O deputado Lula Morais (PCdoB) fez pronunciamento na Assembléia nesta terça-feira (25/08) para lembrar os 30 anos de existência da Lei de Anistia, sancionada pelo então presidente João Baptista de Figueiredo, em 1979. O parlamentar lembrou que, na época, integrava o movimento estudantil que defendia a causa da anistia ampla, geral e irrestrita, a realização de uma constituinte e a redemocratização do País, entre outros assuntos em pauta.

De acordo com o deputado, muitos brasileiros, na época da ditadura, tiveram que ingressar na clandestinidade ou se exilar para não serem mortos. Houve também aqueles que pegaram em armas, defendendo os seus ideais de liberdade, segundo Lula. “Muitos integrantes do PCdoB foram para a clandestinidade. Eram jovens sonhadores, lutadores, que desejavam um espaço para debater os problemas do País”, frisou.

Lula Morais revelou que em 1979, ano em que entraria no PCdoB, já se debatia soluções políticas para o Brasil, com destaque para a anistia aos perseguidos pelo regime militar. Entre os que tiveram “um papel importantíssimo”, o deputado destacou o Comitê Feminino Pró-Anistia, com a participação de Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca, Gilse Avelar e Vanda Sidou. Com a Lei da Anistia promulgada, puderam retornar ao Brasil lideranças como Leonel Brizola, Miguel Arrais e João Amazonas, conforme afirmou o parlamentar.

Em aparte, o deputado Artur Bruno (PT) considerou bastante oportuno o pronunciamento de Lula Morais e lembrou que em 1979 já era professor há dois anos. “Naquela época, ninguém falava de política com medo de perseguições do sistema. Pessoas temiam fazer oposição. Os que pegaram em armas ficaram prejudicados por toda a vida”, salientou.

Guaracy Aguiar (PMDB) recordou que também lutou com o movimento estudantil pela anistia, chegando a ser vice-presidente da União Estadual dos Estudantes. Lamentou que a Lei de Anistia beneficiou também os torturadores, que, na sua concepção, cometeram crimes contra a humanidade. Guaracy observou ainda que em outros países, como a Argentina, a anistia concedia aos torturadores está sendo revista.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL