Ennio Candotti: Com 10% do pré-sal Amazônia seria sustentável
Um projeto de desenvolvimento para a Amazônia custaria 10% (R$ 13 bilhões) do que será investido no Pré-sal, calcula o economista Ennio Candotti, do Museu da Amazônia (Musa). Luciano Coutinho, do BNDES, diz que os US$ 174 bilhões que a Petrobras planeja investir nos próximos quatro anos são insuficientes para operar o pré-sal.
Publicado 02/09/2009 12:49
"A melhor maneira de preservar a Amazônia é desenvolvê-la. É preciso aproveitar agora que o BNDES está se libertando do paradigma do aço e do cimento para ingressarmos na Era do Conhecimento", disse Candotti, no seminário "Crise Mundial e Desenvolvimento Regional", que acontece no BNDES, no Rio. Candotti criticou o fato de, entre as 60 agências da Embrapa, apenas seis estarem localizadas na Amazônia.
"Com um quadragésimo do investimento projetado para o desenvolvimento global do país poderíamos investir em capacitação, maior presença da Embrapa e da Fiocruz, no transporte fluvial e no cabeamento de fibra ótica", disse, lembrando que a região representa quase 50% do território nacional. Para ele, não basta oferecer bons salários para atrair jovens qualificados para a Amazônia. "Além da qualificação, é necessário investir em infra-estrutura", resumiu.
Já o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que os US$ 174 bilhões que a Petrobras planeja investir nos próximos quatro anos são insuficientes para operar o pré-sal. "Com o novo marco regulatório, se o Congresso aprovar a exclusividade da Petrobras como operadora do pré-sal, haverá necessidade de um volume maior de investimentos. Isso exige também a capitalização da estatal, o que elevaria a participação da União para acima dos atuais 36%", disse.
A informação é do monitor Mercantil