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Bancos centrais ajudaram a evitar catástrofe, diz FMI

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que os bancos centrais ajudaram a evitar nos últimos meses uma "possível catástrofe" econômica global.

Ao final da reunião realizada em Londres pelos ministros de Economia e Finanças e pelos presidentes dos bancos centrais do Grupo dos Vinte (G-20, os países ricos e os principais “emergentes”), Strauss-Kahn disse que o mundo ainda "não está fora da crise", mas reconheceu que "estamos vendo o final do túnel".

O principal responsável do FMI ressaltou que ainda há problemas sociais a atender, especialmente o desemprego, que continuará aumentando durante alguns meses, pois as medidas iniciadas pelo G20 ainda precisam de um tempo para que possam dar resultado. Strauss-Kahn qualificou de "muito boa" a reunião de Londres, especialmente devido ao alto nível de consenso entre as delegações, apesar de ter admitido que o acordo não foi de 100%.

"Estou impressionado pelo nível de consenso", disse o diretor-gerente, que lembrou que havia temores de que, após a cúpula do abril, em Londres – da qual participaram os chefes de Estado e de Governo do G- 20 – o nível de consenso pudesse ir desaparecendo com o tempo, e destacou que "não foi o caso". "Esta foi a primeira vez que tivemos uma enorme cooperação de todos os países", ressaltou Strauss-Kahn.

Cooperação

Além disso, os membros do G-20 se deram conta de que "este não é o momento de aplicar uma estratégia de saída" para ir diminuindo as ajudas, mas é um assunto que foi analisado durante o encontro de hoje em Londres, que foi preparatório do que será realizado pelos chefes de Estado ou de governo do grupo em Pittsburgh (EUA) nos próximos dias 24 e 25.

Outros assuntos abordados, segundo o diretor do FMI, foram a regulação dos bancos e o das gratificações recebidas pelos banqueiros, em parte causadoras da crise financeira global. Segundo Strauss-Kahn, o assunto das remunerações não é o "único problema dos bancos". Indicou que o trabalho que teve o FMI nesta crise foi a de facilitar análise da situação e também assessoria sobre políticas econômicas, além de facilidades aos países “emergentes”.

Strauss-Kahn destacou o importante nível de cooperação entre o FMI e o G20, que já existia entre os ministros da Economia e Finanças, mas que aumentou com o envolvimento dos chefes de Estado ou de Governo dos países desenvolvidos e emergentes.

Recuperação

A importância desta reunião em Londres ficou evidente com a decisão do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, de inaugurá-la, com um discurso no qual pressionou a favor de continuar impulsionando os pacotes de estímulo econômico e tributário para sair definitivamente da recessão global.

Strauss-Kahn também disse, a ao jornal italiano Il Sole 24 Ore, que a recuperação econômica global pode ocorrer um trimestre antes do estimado. "Para a economia (global), estamos dizendo há um ano que a recuperação virá no primeiro semestre de 2010. Ela pode até acontecer um trimestre antes e isso é uma boa coisa", disse Dominique Strauss-Kahn.

"Estamos vendo o fim do túnel, mas ainda estamos na crise", acrescentou. Strauss-Kahn não especificou se estava se referindo ao quarto trimestre deste ano ou ao primeiro de 2010. O FMI vai publicar suas novas previsões econômicas nesta semana, mas o documento mostrou elevações para este ano e para o próximo.

Com agências