Movimentos cobram retratação de Carrefour por racismo
Nesta sexta-feira (11/9) a União de Negros pela Igualdade (Unegro), em conjunto com outras entidades do movimento negro, centrais sindicais, entidades feministas e estudantis, realizou um ato de desagravo a Januário Alves de Santana e cobrou retratação pública da rede Carrefour por racismo cometido contra o segurança.
Publicado 11/09/2009 21:19
A representativa manifestação, que contou com a presença de cerca de 150 pessoas de diferentes movimentos sociais, ocorreu em frente à sede nacional do Carrefour, em São Paulo, e cobrou a implementação de políticas de ações afirmativas pela empresa e também uma retratação pública da rede Carrefour pelos atos de racismo cometidos contra Januário em 7 de agosto. Na data, o segurança da USP Januário Santana foi espancado por seguranças contratados pelo Carrefour e acusado por esses seguranças e soldados da Polícia Militar de tentativa de roubo do próprio carro.
Durante o ato, uma comissão foi recebida pela direção do Carrefour, que se comprometeu a implementar políticas de ações afirmativas. Para debater a implementação destas políticas, haverá nova reunião entre a direção da empresa e representantes de movimentos sociais no próximo dia 22.
Intensificar mobilizações
Entretanto, para o presidente nacional da Unegro, Edson França, as manifestações têm que ser intensificadas, pois a rede Carrefour não aceita comentar publicamente a ação dos seguranças contratados pela empresa no dia 7 de agosto. Edson afirma que uma retratação pública é importante no sentido de “alimentar o discurso contra o racismo” e entende que a intensificação dos atos é importante também para garantir a celeridade da implementação de políticas de ações afirmativas na rede. Afinal, como afirma Edson, “as empresas privadas têm condições de implementar tais ações com mais velocidade que o próprio Poder Público”.
O presidente da Unegro-SP, Manoel Júlio Vieira, o Julião, segue linha parecida e cobra ação rápida do Carrefour: "exigimos ações afirmativas que valorizem o ser humano independente de sua cor , sexo, origem de nascimento e medidas que previnam a incidência de ações semelhantes".
Na próxima terça-feira (15/9), as entidades realizam reunião no Coletivo de Empresas e Empreendedores Afrobrasileiros (Ceabra) às 18h para debater as próximas mobilizações. O Ceabra fica localizado na Rua Com. João Gabriel, 90, bairro Mirandópolis, São Paulo, SP.