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Visão chinesa: Guerra do Afeganistão estragará governo Obama?

Artigo publicado no Diário do Povo (sem assinatura, como é de hábito no órgão de imprensa do PC da China), opina que "o Talibã não poderia ser comparado com o poderoso exército Vietcong", que venceu as tropas dos Estados Unidos em 1975. Cita porém "uma identidade, perturbadora, entre o Afeganistão e o Vietnã". Veja a íntegra.

É provável que o presidente Barack Obama mergulhe numa situação difícil, do tipo do que foi outrora a Guerra do Vietnã para o então presidente Lyndon Johnson, segundo comentou neste domingo (6) The Sunday Times. O jornal britânico citou como fonte um alto funcionário estadunidense.

Nos anos 60 do século passado, Johnson afirmava que não tinha outra escolha a não ser levar até o fim a guerra contra o Vietcong [como os americanos chamavam a guerrilha de inspiração comunista]. Passados 40 anos, Obama considera a Guerra do Afeganistão como o caminho que deve tomar para derrotar o terrorismo.

Westley Clark, ex-comandante máximo das Forças Aliadas europeias da Otan e general da reserva dos EUA, diz em artigo no New York Times: "A semelhança (da Guerra do Afeganistão) com a Guerra do Vietnã é agourenta".

Clark fez as declarações no momento em que Obama se propõe a ceder ao pedido de Stanley McChrystal, comandante em chefe das Forças Aliadas da Otan em solo afegão, de envio de mais tropas ao país.

A Guerra do Afeganistão não está no mesmo nível da do Vietnã. Até o fim do ano passado, os efetivos militares norte-americanos no Afeganistão eram apenas 68 mil, ao passo que as tropas estadunidenses na Guerra do Vietnã chegaram a meio milhão. Nos momentos cruciais do conflito vietnamita, morriam 400 soldados dos EUA por semana. De 2001 até hoje, as tropas americanas no Afeganistão perderam 739 soldados. Porém as baixas estão aumentando.

O Talibã não poderia ser comparado com o poderoso exército Vietcong. Contudo, existe uma identidade, perturbadora, entre o Afeganistão e o Vietnã. Richard Holbrook, que foi diplomata em Saigon nos anos 1960 e atualmente é o enviado especial de Obama para o Afeganistão e Paquistão, provavelmente não o esquecerá.

Phillips, superior de Holbrook no Vietnã, disse que em 1967 aconteceram naquele país eleições, manipuladas por determinadas pessoas, no que mais tarde provou ser um dos fatores mais destrutivos. Phillips atuou como observador em Cabul durante as eleições presidenciais afegãs do mês passado.

Fonte: Diário do Povo Online (http://spanish.people.com.cn/31619/6753834.html)