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Fome atinge um em cada seis humanos no planeta

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou nesta quarta-feira (16) que, pela primeira vez, o número de pessoas com fome no mundo passou de um bilhão.

Em entrevista coletiva em Londres, a diretora do PMA, Josette Sheeran, disse que o planeta atualmente tem 1,020 bilhão de famintos. Já o fluxo da ajuda humanitária é o menor da história, destacou a funcionária.

"Este ano, temos mais famintos que nunca", afirmou Sheeran, que fez questão de lembrar que "muitas pessoas acordam e não têm nada para comer".

Segundo a diretora do PMA, essa situação, além de ser uma "receita para o desastre", é "crítica para a paz, a segurança e a estabilidade em muitos lugares do mundo".

A vulnerabilidade de muitas pessoas, acrescentou Sheeran, foi agravada por "duas tempestades que coincidiram e estão superando" os efeitos da crise financeira internacional e do encarecimento dos alimentos.

A diretora do PMA aproveitou a ocasião para fazer um "apelo urgente" ao G8 (os sete países mais industrializados e a Rússia) e ao G20 (os países mais ricos e as principais nações emergentes) para que ajudem a resolver um problema que requer mais que "soluções de longo prazo".

Desastre

A chefe do PMA indicou que a combinação da crise financeira e da alta dos preços da comida poderá transformar-se num desastre com a ocorrência de um furacão, seca ou conflito.

Sheeran apelou aos países doadores para apoiarem a agência quando começam a emergir os primeiros sinais de recuperação em várias regiões do mundo.

Ela disse que o órgão precisa urgentemente de US$ 3 mil milhões para financiar todos os seus programas, relembrando que tal montante representa menos de 0,01% do dinheiro investido na estabilização dos mercados financeiros.

Governos

Sheeran afirmou que enquanto nos Estados Unidos e na Europa um número cada vez maior de pessoas depende da ajuda de governos, 80% da população mundial não recebe qualquer apoio.

A diretora do PAM disse que a falta de financiamentos irá obrigar a agência a reduzir a ajuda a nações como o Quénia, Somália e Bangladesh.