Preço baixo faz fazendeiros desperdiçarem leite em protesto
Na semana em que a ONU destaca que mais de um bilhão de pessoas passam fome na Terra, produtores europeus de laticínios vêm promovendo desde quarta-feira (16) uma série de protestos típicos do agronegócio. Com a baixa do preço dos laticínios, os produtores resolveram derramar em um campo na Bélgica 3 milhões de litros de leite. Nesta sexta-feira (18) duzentos profissionais derramaram 14 mil litros em Eisleben, na Alemanha.
Publicado 18/09/2009 14:48
Cerca de 40 mil produtores pararam de fornecer leite por causa dos preços baixos. Ecoando o pretexto dos produtores, o chefe da Comissão de Leite Europeu, Romuald Schaber, disse em coletiva de imprensa que "o desespero está fazendo mais e mais produtores integrarem o movimento", disse. Ele acrescentou que os políticos "precisam agir logo" para resolver as "dificuldades" de 100 mil produtores.
Diante de tamanho desperdício, os fazendeiros disseram que tinham de fazer isso para mostrar que, na atual situação, eles "não vão mais conseguir sustentar suas famílias", segundo alegou a BBC Brasil.
Atual situação
Os preços de produtos laticínios tiveram queda brusca por causa da redução da demanda, provocada pela crise econômica global. De acordo com Schaber, cuja organização representa um terço dos produtores europeus, em alguns países os preços caíram pela metade de 2007 para cá. A mobilização ocorre depois que ministros da Fazenda da União Europeia (UE) se reuniram em Bruxelas, em 7 de setembro, e não entraram em acordo sobre um possível pacote de ajuda para o setor.
Em novembro de 2008, os ministros da Agricultura da União Europeia concordaram em reduzir as cotas de produção de leite em 1% ao ano, antes de liberalizar o mercado. O sistema de cotas deverá ser extinto entre 2014 e 2015.
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, concordou em introduzir aos poucos, de forma limitada, instrumentos de ajuda para o setor de laticínios. No entanto, recusou voltar atrás em sua decisão de acabar com as cotas de produção e "liberalizar" o mercado em alguns anos.
Com informações do Opera Mundi