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MST recebe apoio contra ofensiva da bancada ruralista

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) recebeu apoio, na forma do Manifesto em Defesa da Democracia e do MST, assinado por autoridades, intelectuais, religiosas e representantes de movimentos sociais, contra a ofensiva dos setores mais conservadores do Congresso e da sociedade, liderados pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que protocolaram o pedido de uma CPI para investigar o MST.

Os dirigentes do MST publicou uma nota em que agradece “aos companheiros que nunca nos faltam, principalmente nas horas mais difíceis”, acrescentando que “se não nos faltam inimigos da Reforma Agrária, fortalecidos política e economicamente há cinco séculos pela existência do latifúndio, também não nos faltam solidariedade e apoio de incansáveis e valorosas lutadoras e lutadores da Reforma Agrária.”

E destacam, entre os nomes que assinam o manifesto o de Plínio de Arruda Sampaio, Osvaldo Russo, Hamilton Pereira, Alípio Freire e Heloisa Fernandes, por escrever o manifesto e fazer o levantamento de assinaturas.

O manifesto, já assinado por mais de 400 pessoas, recebeu o apoio também de Antônio Cândido, Leandro Konder, Fábio Konder Comparato, Fernando Morais, Jacques Alfonsin e Nilo Batista. Do exterior, veio a solidariedade de Eduardo Galeano (Uruguai), István Mészáros (Hungria), Miguel Urbano (Portugal) e Vandana Shiva (Índia).

A igreja católica é representada nas assinaturas de Dom Ladislau Biernaski (Presidente da Comissão Pastoral da Terra), Dom Pedro Casaldáliga (bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia), Reverendo Carlos Alberto Tomé da Silva (Anglicano, Capelão Militar), Dom Tomás Balduino, Frei Betto e Leonardo Boff.

As entidades da classe trabalhadora e os partidos de esquerda também manifestaram solidariedade contra a manobra dos parlamentares da extrema-direita

Para o MST, a atitude da bancada ruralista do Congresso é reação à cobrança do cumprimento de uma pauta de reivindicações apresentada ao governo Lula ainda em 2005, exigindo a atualização dos índices de produtividade agrícola, como estabelece a Constituição Federal.

O dirigentes do Movimento dos Sem Terras ressaltam que os “modernos” defensores do agronegócio não apenas defendem uma agricultura atrasada, em defesa própria, como também expressam, mais uma vez, seu caráter anti-social e parasitário dos recursos públicos.

Os ruralistas alegam, no pedido de instalação da CPI do MST, que há malversação dos recursos públicos destinados à Reforma Agrária, mas se calam diante das denúncias de que a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidida pela agropecuarista Kátia Abreu, financiou a campanha eleitoral da senadora e até hoje não foi investigada.

Para o MST, os objetivos da CPI “são apenas imobilizar um movimento social e ocupar espaços na mídia para inibir a bandeira da Reforma Agrária.” E conclui: “Poderá tardar, por conta da mentalidade retrógrada e latifundiária da elite brasileira, mas conquistaremos um Brasil socialmente justo, democrático e com igualdade.”

Para assinar o Manifesto, acesse: http://www.petitiononline.com/manifmst/petition.html

De Brasília
Márcia Xavier
Com informações do MST