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Irã critica postura dos EUA frente a arsenal nuclear israelense

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi, criticou nesta segunda-feira (5) os Estados Unidos por sua atitude condescendente em relação ao arsenal nuclear de Israel. Em entrevista coletiva, o funcionário destacou o caráter pacífico do programa atômico iraniano e disse que o atraso no funcionamento da usina nuclear de Bushehr está relacionado aos testes que são feitos para garantir a segurança da instalação.

Qashqvi aproveitou a conversa com os jornalistas para denunciar a postura unilateral e discriminatória dos Estados Unidos a respeito do arsenal nuclear do regime sionista. Segundo especialistas, Israel, não reconhecido como Estado pelo Irã, é o único país do Oriente Médio com armas nucleares, embora as autoridades israelenses não admitam.

O porta-voz iraniano disse ainda que, pelo contrário, as atividades nucleares do Irã têm fins pacíficos e não perseguem fins bélicos, como os EUA e a mídia corporativa internacional alegam.

Qashqavi se apoiou nas declarações feitas domingo, em Teerã, pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamad El Baradei, que ressaltou que o organismo das Nações Unidas não tem provas das denúncias.

"As atividades nucleares do Irã estão dentro do marco das normas do TNP (o Tratado de Não-Proliferação Nuclear) e são pacíficas e transparentes", reiterou o funcionário iraniano.

Estados Unidos, França e Reino Unido pressionam o Irã pelo fim de seu programa nuclear. A mais recente ameaça foi a exigência para que Teerã autorize a inspeção de uma nova usina de enriquecimento de urânio. A AIEA já conhecia a existência da nova usina, ao contrário do propalado pelos Estados Unidos e já estava agendando com o governo local uma visita, que ficou acertada para 25 de outubro.

Seis dias antes, representantes iranianos deverão se reunir com americanos, franceses e russos para discutir um projeto que permite ao Irã enriquecer urânio fora do país.

"Até o momento, alguns países aceitaram nos fornecer este combustível. Mas agora é preciso negociar um mecanismo para fornecimento próprio, preço, data e forma", disse Qashghavi.

Há cerca de dez dias, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad propôs a Barack Obama a compra de combustível nuclear americano pelo Irã, durante a Assembleia Geral da ONU. Os Estados Unidos ignoraram a proposta.

Da redação, com agências